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O técnico Abel Ferreira reconheceu erro e se desculpou pela fala xenofóbica utilizada após a vitória do Palmeiras sobre o Atlético-GO.
O treinador português disse que errou ao falar quer o Palmeiras “não é uma equipe de índios”, com conotação negativa. Ele emitiu um comunicado em suas redes sociais e lamentou que expressões como essa continuem sendo perpetuadas.
Abel ressaltou que repudia toda forma de discriminação e pediu desculpas. Ele também reconheceu que as palavras têm poder, independentemente da intenção, e destacou que as pessoas devem se questionar e melhorar diariamente.
“Repudio toda e qualquer forma de preconceito e discriminação. Infelizmente, há expressões que continuamos a perpetuar sem que nos debrucemos sobre o seu conteúdo. Errei ao usar uma dessas expressões na coletiva de imprensa”, diz a nota. “Reconheço que palavras têm poder e impacto, independentemente da intenção. Devemos todos questionar, pensar e melhorar todos os dias. Peço desculpa a todos e, em especial, às comunidades indígenas.”
O CASO
Abel Ferreira utilizou a frase xenofóbica para exemplificar o que seria uma equipe desorganizada. Ele deu a declaração após ser questionado na entrevista coletiva pós-jogo sobre Aníbal Moreno. O treinador falava sobre como a equipe do Palmeiras se mantinha organizada, mas, ao mesmo tempo com jogadores tendo liberdade.
A questão xenofóbica está na utilização da expressão com sentido negativo. Além disso, o termo correto para se referir aos povos originários é “indígena”, segundo o escritor e ativista Daniel Munduruku. De qualquer forma, o emprego da nomenclatura adequada também seria equivocado justamente pela conotação pejorativa da declaração.
Procurada pelo UOL depois da partida, a assessoria do Palmeiras enviou uma nota na qual Abel se defende após a declaração. O treinador ressaltou o “profundo respeito por todos os brasileiros” e disse que repudia qualquer forma de preconceito.
Vivo e trabalho no Brasil desde 2020 e tenho profundo respeito por todos os brasileiros. As pessoas já conhecem o meu caráter, as minhas condutas e as minhas ações sociais. Sabem também que eu repudio por completo toda forma de preconceito. Abel Ferreira, em nota enviada ao UOL
ABEL JÁ FOI ALVO DE XENOFOBIA
O treinador do Palmeiras já foi alvo de xenofobia no futebol brasileiro. Neste ano, ele foi chamado de “português de m*” por Carlos Belmonte, diretor de futebol do São Paulo, em um clássico entre as equipes no Campeonato Paulista.
Abel e Belmonte se encontraram antes de jogo pelo Brasileirão. Os dois se abraçaram e colocaram fim ao caso pelo menos entre eles. O diretor são-paulino foi denunciado e poderia ter pena máxima de 270 dias.
Para amenizar a pena, ele gravou um vídeo se retratando sobre o caso. O cartola pagou uma multa de R$ 50 mil e não pôde mais ir aos jogos do Tricolor no MorumBis durante o Paulistão deste ano.
* UOL/FOLHAPRESS
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