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O rompimento entre Flamengo e Gabigol parece questão de tempo. Com uma guerra de narrativas desde o primeiro acerto da renovação de contrato, no final do ano passado, clube e jogador já não falam a mesma língua há meses.
O clima é visto como insustentável pela diretoria, enquanto o atacante crê em injustiça. Neste sábado, ele foi afastado do próximo jogo do clube.
A chance de Gabigol continuar no Flamengo é quase nula e o afastamento contra o Cruzeiro é prova disso. A entrevista ao “Sportv” de Junior Pedroso, seu empresário, falando sobre suposta falta de interesse do clube em renovar, caiu muito mal. O clima, que se deteriorou com algumas polêmicas recentes, como o episódio com a camisa do Corinthians e o mau comportamento no exame antidoping, só piora.
O Fla resolveu antecipar a negociação do novo contrato, com aumento salarial. O discurso de Marcos Braz, vice de futebol, era de aguardar pelo menos até depois do julgamento por tentativa de fraude ao exame antidoping para analisar o caso. O objetivo inicial era levar a situação até o fim do ano, mas o clube antecipou a questão. A oferta atual foi de um ano de vínculo e quase 50% de valorização salarial.
Do outro lado, a postura do Fla também incomoda e proposta foi considerada estranha. A entrevista foi tratada pela parte de Gabigol como algo natural para apresentar o lado do jogador. Quem expôs a proposta de renovação primeiro foi Rodolfo Landim, também em entrevista, ao jogar a decisão para o atacante. No entanto, essa oferta foi feita de maneira quase informal ao atleta nos últimos dias e foi considerada estranha. Gabriel se sentiu desvalorizado pelo pouco tempo de contrato. A recusa em nada teve a ver com os valores.
O passo atrás do Flamengo com a renovação acordada no fim do ano passado foi outro fator que pegou mal. Em 2022, após a Libertadores, as conversas para a extensão se intensificaram em outubro de 2023. Ficou encaminhado um novo vínculo de cinco anos e aumento de quase 50% no salário.
Rodolfo Landim barrou essa renovação. Em entrevista nos Estados Unidos, o presidente disse desconhecer o acordo com os empresários de Gabigol e que nunca chegou nem perto de renovar. O atleta não gostou do que ouviu.
O atrito chegou em um estágio de difícil solução. Nenhuma das partes parece disposta a ceder para que o casamento continue. A relação pode terminar antes mesmo de dezembro. Gabriel já admite sair no mês que vem.
Gabigol se sente desprotegido
A preocupação de Gabigol no momento parece ser não se desgastar mais com a torcida. Entendendo que o ciclo no Flamengo está quase no fim, ele tentava, ao menos, sair pela porta da frente.
Dentro do futebol, Gabi ainda encontrava apoio. A resistência maior ao novo contrato, aos valores e à duração longa do acordo vinham da Gávea. Após a polêmica com a camisa do Corinthians, a ideia de muitos sócios e conselheiros era sequer oferecer algo.
Alguns clubes brasileiros têm Gabigol no radar. Entre eles estão Cruzeiro, Palmeiras, Corinthians e até o Athletico-PR. Alguns deles ainda podem, além de tentar assinar o pré-contrato, tentar a liberação imediata a partir do dia 10 de julho. O atacante só fez cinco jogos no Brasileirão e poderia se transferir.
* LUIZA SÁ RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS)
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