Esportes

Por que os últimos cinco técnicos da seleção estão sem emprego

Da Redação*
Publicado em 22 de abril de 2025 às 20:08

Foto: Reprodução X/Cruzeiro

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Por um alinhamento de fatores e, talvez, um desalinhamento de expectativas, os últimos cinco técnicos da seleção brasileira estão sem emprego no momento.

O número poderia ser maior se o Grêmio não tivesse anunciado Mano Menezes nesta segunda-feira (21).

Olhando para a linha do tempo da seleção, de novembro de 2012 para cá, os comandantes foram: Luiz Felipe Scolari, Dunga, Tite, Fernando Diniz e Dorival Júnior.

Por razões diversas, nenhum deles está trabalhando no momento.

Tite e Dorival têm sido os mais especulados nos últimos dias, tanto no Corinthians quanto no Santos, mas ainda não voltaram ao batente.

A perda de espaço até para quem treinou a seleção convive com o crescimento da presença de técnicos estrangeiros no futebol brasileiro.

Como a seleção tem mais decepcionado do que encantado, o trabalho dos treinadores também fica em xeque.

No que depender da CBF, o próximo técnico da seleção não vai ser brasileiro.

A VIDA APÓS A SELEÇÃO

A seleção brasileira é, em geral, tratada como ápice da carreira de um treinador por aqui. Mas e os passos seguintes?

Para Dunga não houve, porque ele nunca mais treinou time algum desde a demissão após a Copa América 2016.

“Não é prioridade. Prioridade pra mim é que meus filhos sejam realizados na profissão deles, até porque eles me acompanharam em todos os países. Tenho outras perspectivas, dou palestras, viajo, faço eventos, tenho o trabalho social. Eu acho que a gente nunca pode parar, tem que estar sempre ocupado com a cabeça e fazendo alguma coisa de bom, né? Porque não é só uma questão de dinheiro. Quando tu não estiver mais aqui, as pessoas têm que lembrar de ti. Talvez, no momento, elas podem até não dar a importância que tu merece”, disse Dunga, em entrevista ao UOL.

O capitão do tetra pagou o preço de uma segunda passagem nada vistosa, no período posterior ao 7 a 1, a partir de 2014.

O time patinou nas Eliminatórias, estava em sexto e ainda caiu na primeira fase da Copa América — tudo bem que foi com um gol de mão, do Peru. Isso tudo minou de vez a imagem de Dunga como treinador.

Dunga foi uma aposta da CBF para tentar reconstruir a imagem da seleção após o vexame da Copa do Mundo em casa. Justamente o trabalho mais recente de Felipão pela amarelinha.

FELIPÃO FOI E VOLTOU DA APOSENTADORIA

O treinador do penta passou a conviver com a marca indissociável da pior goleada da história do Brasil. Mas até que rodou bastante nos últimos dez anos: Grêmio (duas vezes), Guangzhou (China), Palmeiras, Cruzeiro, Athletico e, por último, Atlético-MG.

No Galo, ele apareceu depois de desistir temporariamente da aposentadoria do cargo de técnico, anunciada quando saiu do xará paranaense, como vice-campeão da Libertadores, em 2022.

Foi demitido em março do ano passado.

TITE MAGOOU CORINTIANOS E FRUSTROU FLAMENGO

De todos os técnicos recentes da seleção, Tite foi o que teve o trabalho mais longo à frente do Brasil, sem interrupções.
Uma jornada que foi de 2016 a 2022, com duas Copas do Mundo. Em ambas, caindo nas quartas de final.

A retomada em clubes parecia uma escolha promissora: o Flamengo, na reta final da temporada 2023. O time com maior receita e elenco mais badalado do país. Pouco antes, o treinador tinha dito não ao Corinthians, alegando que só trabalharia no início de 2024.

Mas a experiência no Fla não deu liga. Só um Carioca na conta. A demissão em setembro de 2024 o deixou com tempo para pensar e refletir sobre qual seria o passo seguinte.

tite treinador do flamengo

Foto: Ascom/Flamengo

O estafe de Tite sempre acreditou que, após sair da seleção, ele poderia ter uma oportunidade fora do Brasil. Quem sabe em uma liga relevante na Europa? Mas isso nunca se concretizou. O treinador também não voltou ao mundo árabe.

Mês passado, Tite fez uma viagem aos Estados Unidos com o empresário, Gilmar Veloz, e o filho, Matheus Bachi. Depois de sair do Flamengo, viu dois dos seus auxiliares buscarem novos rumos.

Cesar Sampaio virou auxiliar permanente no Santos — atualmente, é o técnico interino. Cleber Xavier, parceiro de Tite desde 2001, quis tentar voo solo, como treinador. Ele não cogita reeditar a dupla. Mantém a amizade, mas não condiciona mais a carreira ao desejo de Tite.

O interesse atual do Corinthians é a possibilidade sobre a mesa do treinador.

DINIZISMO NÃO EMPLACOU

Fernando Diniz estava na seleção ao mesmo tempo em que treinava o Fluminense. Foi campeão da Libertadores e depois, no meio de uma crise política da CBF, foi demitido. O plano a longo prazo já não seria ele mesmo. A ideia era esperar Carlo Ancelotti, do Real Madrid. Mas o italiano até nesta terça-feira (22) não veio. E Diniz também não engrenou nos seis jogos que fez com a seleção.

Nos meses seguintes, Diniz viu o trabalho derreter no Fluminense. Ganhou a Recopa, mas teve um início terrível no Brasileirão em 2024. Deixou o time ameaçado de rebaixamento. Depois, no Cruzeiro, a equipe também não rendeu. Perdeu fôlego na reta final do campeonato, foi vice-campeão da Sul-Americana e ficou fora da Libertadores.

Pessoas próximas ao treinador dizem que ele está com muita calma para definir o futuro na carreira. Quer algo com um grau de certeza e uma conexão com a diretoria que o contratar, para que a filosofia do clube case com o que ele pensa sobre o futebol. Diniz chegou a ser sondado por um clube mexicano, mas não se interessou.

DORIVAL É “TRAUMA” RECENTE

A demissão de Dorival Júnior ainda é “fresca”. A queda foi em março, depois de levar 4 a 1 da Argentina. O treinador foi consultado pelo Santos, mas a história não avançou ainda. O Corinthians também pensou nele, mas a ideia perdeu força nos últimos dias.

O treinador tem pregado paciência em relação ao retorno ao trabalho.

* IGOR SIQUEIRA (UOL/FOLHAPRESS)

 

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