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Filipe Luís foi o homem que chegou para mudar os rumos do ano do Flamengo. Em 11 meses, sua vida deu um salto imenso. Depois da aposentadoria no final da temporada passada, voltou ao clube como treinador do sub-17.
Em 45 jogos, 31 vitórias, sete empates, sete derrotas, três títulos e uma nova esperança ao clube do coração.
INÍCIO POR BAIXO
Filipe Luís estreou como treinador em 9 de março de 2024. A ideia era começar por baixo, ainda com as categorias de base para se entender na nova função. Ele não queria apressar as coisas. Com cautela, montou a comissão técnica e começou a estabelecer seu trabalho.
Na Copa Rio Sub-17, emplacou cinco vitórias seguidas até ser derrotado pelo Vasco em maio. O rival foi quem mais deu dor de cabeça e o único a conseguir superar o Flamengo do ex-lateral. Depois de mais seis triunfos, inclusive diante do Cruz-maltino no primeiro jogo da final, o Rubro-negro foi derrotado no segundo.
A disputa foi para os pênaltis e Filipe Luís sentiu pela primeira vez o gostinho de ser campeão como técnico. Em três meses, ele já disputou aquela final sabendo que estava se despedindo. Com a saída de Mário Jorge, foi promovido para o sub-20.
SOLUÇÃO NO MUNDIAL
O começo na categoria de cima foi mais complicado. Foram duas derrotas em três partidas e tendo no horizonte dois meses de preparação até o jogo mais importante do ano: a disputa do Mundial da categoria no Maracanã, contra o Olympiacos. Encantando os jovens com o método de trabalho e o modo participativo nos treinamentos, Filipe implementou as ideias de trabalho e teve sucesso.
Foram 11 partidas até o encontro com os gregos em agosto. Com o reforço de alguns jovens que estão no profissional, o Flamengo foi campeão de virada, com um gol de Felipe Teresa no final. Depois dali, mais cinco jogos até a convocação para o profissional.
BOMBEIRO NO PROFISSIONAL
Filipe nem precisou pensar muito para assumir o time principal. A demissão de Tite foi anunciada por volta das 7h30. Antes disso, foi o tempo de Marcos Braz ligar para o ex-jogador e, em rápida conversa, definirem que ele se apresentaria ao módulo profissional naquela segunda-feira. O treinador foi claro: é impossível dizer não ao Flamengo.
A missão era salvar o ano. A estreia já era pela semifinal da Copa do Brasil contra o Corinthians. Filipe não decepcionou. Perdeu apenas uma partida, no clássico com o Fluminense. Resultado esse que rendeu a ele a pior noite de sono desde que deu os primeiros passos no futebol. Na final contra o Atlético-MG, colocou em campo um Flamengo soberano e que passou por tudo sem sustos para colocar o terceiro troféu em sua prateleira em menos de um ano.
FILIPISMO
O “Filipismo” deu esperanças renovadas ao Flamengo. Se gerou apreensão no começo pela falta de experiência, a mudança que levou para o dia a dia e para o modo de jogar do time empolgaram novamente o torcedor. Nem a eleição fez o treinador balançar.
As nove vitórias, cinco empates e uma derrota credenciaram Filipe Luís a fazer o torcedor sonhar. Se 2025 for um pouco parecido com o que 2024 foi, o Flamengo poderá voltar a ser protagonista em várias competições para soltar mais vezes o grito de campeão.
* LUIZA SÁ (UOL/FOLHAPRESS)
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