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Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
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Ele tinha mais títulos do que derrotas. Mas a engrenagem começou a dar problemas. E o fiasco do Flamengo diante do Central Córdoba expôs Filipe Luís ao lado mais amargo da vida de treinador: a culpa por erros cometidos por ele mesmo.
Longe de ser motivo de outra sentença muito comum na vida de um técnico, a demissão. Mas Filipe começa a experimentar os desafios de arriscar e dar errado. De mudar e não ter efeito. De perder e ser vaiado.
Nesse exercício, ele ativou um modo de defesa ao elenco. O técnico, ainda novato não tem sequer uma temporada completa em um time profissional coloca-se à frente na linha de tiro. Ele tenta ser escudo dos jogadores.
Na entrevista após o 2 a 1 do Central Córdoba, foram várias referências a si mesmo como responsável do que classificou como “caos instaurado”.
“Se em algum momento em campo eles não se sentiram confortáveis, ou não achavam soluções, dominando todos os espaços, isso é culpa do treinador. Eu isento eles de toda essa culpa”.
Na prática, o treinador descreveu como principais erros cometidos a tentativa desvairada de colocar atacantes para tentar virar o 2 a 0 do primeiro tempo.
O Flamengo só conseguiu um gol em uma cobrança espetacular de falta do uruguaio De La Cruz. Até colocou bola na trave no fim. Mas no geral, teve uma criação pobre.
“Eu vou ser cobrado pelas minhas decisões e a responsabilidade é unicamente minha. Tomo as decisões com base no que eu sinto que é o melhor para a equipe”, completou.
Outra discussão diante da qual Filipe testa a cobrança remete aos tempos de Tite para citar o antecessor.
Poupar ou não poupar? Eis a questão.
Filipe optou por começar o jogo com Pulgar, Wesley e Gerson no banco. No intervalo, fez algo incomum: três alterações e colocou o trio em campo.
“Se eu tivesse poupado os 11 jogadores como fiz ano passado e ganhado, ninguém teria falado nada. Virão as críticas pelas escolhas que eu tomei, e críticas justas”, disse ele.
Filipe virou ídolo como jogador. Empolgou no início de trabalho como treinador, ganhando Copa do Brasil, Supercopa e Estadual.
Não por acaso, construiu uma invencibilidade de 27 jogos que estava se aproximando à sequência de Jorge Jesus.
Mas Filipe já tinha avisado que tropeços viriam. Para ele e para a torcida, uma descoberta de como se comportar nessa relação tão boa.
O próprio time, que fica tão pouco atrás do placar que, desacostumou-se a lidar com um dia em que praticamente tudo dá errado.
Filipe Luís precisa se provar diante do calendário longo e da exigência técnica e física que ele traz. A oportunidade de mostrar solução não vai demorar para aparecer.
“Temos um jogo domingo, isso é o bom do futebol que dá uma oportunidade nova de poder apagar essa derrota. Dura, meu primeiro jogo de Libertadores no Maracanã”, lamentou.
* IGOR SIQUEIRA (UOL/FOLHAPRESS)
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