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O atacante do Botafogo e da seleção brasileira Luiz Henrique está sendo investigado na Espanha por suspeita de envolvimento em uma suposta “organização criminosa dedicada à manipulação de resultados nas apostas desportivas”.
A informação está em um ofício ao qual a reportagem teve acesso, que mostra que as autoridades espanholas foram abastecidas de informações pelo MP-GO (Ministério Público de Goiás), que promoveu a Operação Penalidade Máxima no ano passado. No documento, o Ministério da Justiça informa aos promotores goianos sobre a instauração de uma investigação criminal pela Espanha.
Procurada, a assessoria do jogador não quis comentar. O Botafogo não respondeu a um pedido de comentário enviado pela reportagem na tarde desta terça-feira (22).
O documento do Ministério da Justiça liga pela primeira vez Luiz Henrique ao empresário Bruno Lopez de Moura, apontado como chefe da quadrilha de manipulação de resultados que gerou a Operação Penalidade Máxima.
Moura atuaria, de acordo com as acusações do MP-GO, como intermediário entre os apostadores e os jogadores, remunerando-os para que manipulassem resultados recebendo cartões amarelos propositais, por exemplo. Nas duas primeiras fases da operação, 15 atletas foram denunciados, a maioria deles de times pequenos e médios do futebol brasileiro.
Em ofício ao Gaeco (grupo que investiga crime organizado) de Goiás, o Ministério da Justiça diz que as informações sobre Luiz Henrique e Bruno Moura, enviadas em novembro de 2023 de forma espontânea pelo MP-GO às autoridades espanholas, geraram investigação por parte do país estrangeiro sobre a possível existência de organização criminosa “dedicada à manipulação de resultados nas apostas desportivas.”
A reportagem não conseguiu contato com Bruno Moura ou sua defesa.
O documento faz parte de um processo aberto em novembro do ano passado, de cooperação em matéria penal, e que tem como interessado Fernando Martins Cesconetto, promotor responsável pela Penalidade Máxima.
O processo tramita na área de Cooperação Jurídica Internacional em Matéria Penal, dentro do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), setor responsável por receber, analisar, adequar, transmitir e acompanhar o cumprimento de pedidos de cooperação entre o Brasil e países estrangeiros.
No ano passado, o atacante apareceu em investigação da SportsRadar, empresa que monitora movimentações suspeitas em apostas, por causa de um volume incomum de apostas de que ele, então jogador do Bétis (Espanha), e Lucas Paquetá, que atua no West Ham (Inglaterra), receberiam cartões amarelos em suas partidas –o que de fato ocorreu.
Ele não chegou a ser investigado na Espanha e foi vendido para o Botafogo em janeiro. O caso voltou à tona no mês passado, quando o UOL publicou detalhes da investigação. De acordo com a reportagem, familiares de Paquetá fizeram transferências que totalizavam R$ 40 mil para Luiz Henrique, dias após o atacante receber cartões amarelos enquanto ainda jogava pelo Bétis.
La Liga e a RFEF, a Federação Espanhola, responsáveis pelo futebol no país europeu, informaram na época que não abriram procedimentos disciplinares contra Luiz Henrique. Já o Botafogo citou um certificado da federação espanhola dizendo que não havia “investigação ou pendência jurídica” envolvendo o jogador.
Ao portal, empresário do jogador afirmou que Luiz Henrique já prestou os seus devidos esclarecimentos e negou qualquer ligação com irregularidades.
Dias depois, o UOL revelou que a Federação Inglesa havia solicitado a reportagem para anexá-la à investigação contra Lucas Paquetá, que corre o risco de ser banido do futebol.
Luiz Henrique foi contratado em operação que pode chegar a mais de 20 milhões de euros (mais de R$ 120 milhões), na maior contratação da história do futebol brasileiro em números absolutos. Ele lidera a equipe que está na semifinal da Copa Libertadores e em primeiro lugar no Campeonato Brasileiro.
O jogador estreou pela seleção brasileira em setembro e marcou seus dois primeiros gols pelo Brasil na última data Fifa, contra Peru e Chile.
* DEMÉTRIO VECCHIOLI (FOLHAPRESS)
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