Esportes

Calderano tenta reagir para buscar medalha inédita no tênis de mesa

Da Redação*
Publicado em 3 de agosto de 2024 às 11:25

Hugo Calderano tenis de mesa

Foto: Luiza Moraes/COB

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Hugo Calderano não fez a menor questão de esconder seu abatimento com a derrota nas semifinais do tênis de mesa nos Jogos Olímpicos de Paris, na tarde francesa de sexta-feira (2).

Após o confronto com o sueco Truls Moregardh, na Arena Paris Sul, ele ainda tinha dificuldade para pensar na disputa da medalha de bronze.

“Acabei de sair do jogo, ainda não pensei nisso. Preciso assimilar primeiro essa derrota para depois pensar e como voltar da maneira mais rápida possível, com muita agressividade para o próximo jogo”, afirmou o carioca, número seis do mundo, pouco empolgado com o fato de que já é o dono da melhor campanha da história do Brasil na história da modalidade nas Olimpíadas.

“É difícil pensar desse jeito agora, alguns momentos depois da partida. Acho que primeiro eu preciso assimilar o que aconteceu, sentir a dor da derrota”, respondeu, permitindo-se apenas reconhecer, em tom melancólico: “Claro que eu tenho noção da importância desta campanha para o nosso tênis de mesa”.

O desânimo tinha a ver com o placar do jogo, 4 a 2 para Moregardh, claro, porém era especialmente ligado ao início da construção desse resultado. Calderano começou a partida de maneira agressiva e abriu 10 a 4, com seis oportunidades para fechar o primeiro game. Levou a virada e perdeu a partida com parciais de 12/10, 16/14, 7/11, 11/7 e 10/12 e 11/8.

“Não sei dizer”, disse Hugo, sobre o que houve no primeiro game. “Acho que faltou alguma coisa extra ali naquele momento e não consegui aproveitar a chance. Caro que seria importantíssimo ganhar o primeiro. Foi um jogo bem difícil para mim. Tive algumas oportunidades no início e não consegui pegar.”

Calderano lamentou também as chances desperdiçadas para fechar o segundo game, mas elogiou o desempenho do sueco, que viveu jornada inspirada e teve ótimo trabalho na recepção, neutralizando o saque de seu adversário. Número 26 do mundo, ele faz torneio surpreendente -embora seu país tenha tradição no esporte- e já tinha derrubado o líder do ranking, o chinês Wang Chuqin.

Mas, para Hugo, controlada a dor, é hora de pensar em outro jogador, o francês Felix Lebrun, seu adversário no domingo (4). O também francês Jean-René Mounié, que é o treinador do carioca, tem a preocupação de recuperar o ânimo de seu atleta, diante da oportunidade de buscar a primeira medalha olímpica da história do Brasil no tênis de mesa.

“É ficar triste por algumas horas, depois voltar com energia e construir uma boa estratégia para a medalha de bronze. Quando o sonho é maior, as expectativas são maiores, mas gostaria de lembrar que o Brasil nunca teve, assim, uma cultura de tênis de mesa, o que o Hugo está fazendo é totalmente inédito, incrível”, afirmou o técnico.

“Então, temos que voltar com uma base simples”, acrescentou Mounié, disposto a fazer Calderano sorrir novamente. “É pegar o prazer neste momento, propor o melhor. O mais importante é trazer alegria agora, dividir este momento com o povo brasileiro e com as pessoas que gostam de tênis de mesa.”

* MARCOS GUEDES PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS)

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