Esportes

Brasiliense: médico vira técnico no intervalo de jogo e ´opera´ vitória do time

Da Redação*
Publicado em 13 de maio de 2024 às 19:42

dr jorge oliva

Foto: X/Brasiliense Futebol Clube

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O médico do Brasiliense, Jorge Oliva (foto), diz que viveu a “experiência mais inusitada” de sua vida ao ter que assumir provisoriamente o posto de técnico do time, no jogo deste domingo (12) contra o Real Brasília, pela Série D do Campeonato Brasileiro. A equipe perdia por 1 a 0 no meio-tempo.

O QUE ACONTECEU

Há cinco anos ele atua como médico do time. O médico de 44 anos estava acompanhando o jogo no Estádio Ciro Machado do Espírito Santo, em Brasilia (DF), como sempre fazia.

Durante o intervalo, o técnico Paulo Roberto Santos, incomodado com as críticas do presidente do clube, Luiz Estevão, pediu demissão.

Oliva diz que não sabe dizer exatamente o que aconteceu no vestiário entre os dois, mas conta que os ânimos se acirraram bastante.

“Quando acabou o primeiro tempo do jogo, eu fui ao vestiário checar se algum jogador precisava de auxílio. O vestiário do estádio é pequeno e estava calor lá dentro. Como nenhum jogador relatou precisar de atendimento, eu resolvi sair e esperar do lado de fora, então não vi exatamente o que aconteceu”, disse Jorge Oliva.

Informado de que o técnico Paulo Roberto Santos havia decidido pedir demissão, coube ao médico comandar o time no segundo tempo. A comissão técnica também deixou o clube.

O resultado foi uma vitória de 2 a 1 sobre o Real Brasília. Com o resultado, o Brasiliense lidera o Grupo A5 da competição.

Oliva afirma que nunca havia sido técnico profissional antes. Ele contou ao UOL que já tinha passado por algumas experiências de comando de times apenas amadoramente, na época da faculdade ou em times de peladas entre amigos.

“Foi uma grande surpresa, depois uma apreensão muito grande, porque sou médico, não tenho a experiência do trabalho técnico, do trabalho tático. Mas acredito que contribuí para dar um apoio anímico [relativo ao estado da alma], um suporte moral e emocional para os jogadores”, falou Jorge Oliva.

‘Entraria para a história’. O médico lembra que chegou a brincar com uma fotógrafa em campo durante uma pausa no segundo tempo, quando o técnico do Real Brasília, Marcelo Caranhato, foi expulso do campo após se desentender com a polícia militar. Ele pediu a ela que tirasse fotos dele atuando na beira do campo, porque ele tinha certeza que ganharia a partida e “entraria para a história”.

Foi uma brincadeira. Mas depois ela me procurou para dizer que eu havia cumprido a promessa, vencendo o jogo.

Os jogadores ficaram eufóricos, os torcedores começaram a fazer post nas redes me agradecendo.

Eu virei meme. Até torcedores de outros times começaram a postar comentários pedindo para que eu assumisse como técnico das equipes.Jorge Oliva

O médico diz que, apesar do sucesso advindo com a vitória, não pensa em continuar atuando como técnico. Sua paixão é mesmo a medicina esportiva e ele planeja continuar se dedicando à profissão.

“Foi a situação mais inusitada da minha carreira. Mas agora vou voltar para o meu lugar, de médico, e deixar as táticas e técnicas para quem entende”, declarou.

OFENDIDO PELAS CRÍTICAS

O presidente do Brasiliense, Luiz Estevão, estava presente no estádio durante o jogo, na tarde deste domingo (12).

Ele disse ao UOL que estava bastante preocupado durante todo o primeiro tempo, pois a equipe não estava rendendo o que deveria em campo.

O time estava jogando muito mal. Durante o intervalo, fui questionar o Paulo Roberto, mas ele não aceitou as críticas.

Ele chegou a responder: ‘No meu trabalho, mando eu’. Ele então pegou as coisas dele e disse que iria embora, abandonando a equipe. É um direito dele não gostar das críticas.Luiz Estevão

Como era o único membro da comissão técnica registrado na súmula, o médico Jorge Oliva foi chamado para assumir o posto do treinador desistente. Segundo Estevão, ele foi orientado ali, durante o jogo, pelo ex-jogador Reinado Güeldini, ex-ponta-direita do América do Rio e do Flamengo.

Oliva conversou com a equipe e, segundo o presidente do clube, a resposta do elenco foi imediata.
Qualquer um que estava no estádio notou a diferença no jogo.

O ânimo dos jogadores mudou completamente. Eles voltaram ao segundo tempo com muita garra e ganharam a partida.

Uma vitória comemorada, pois nos dois primeiros jogos o time já não ia bem. Quando o jogo acabou, os jogadores comemoraram a saída de Paulo Roberto. Sinal de que algo não ia bem mesmo.Luiz Estevão

O UOL procurou o treinador Paulo Roberto Santos, para que ele pudesse explicar o que aconteceu, mas ele informou que, a pedido de seu advogado, não se manifestará por enquanto.

*MAURÍCIO BUSINARI/uol-folhapress

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