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Foto: Ascom/Flamengo
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Com denúncias da Polícia Federal de envolvimento em esquema de apostas, Bruno Henrique vive uma seca de gols no Flamengo. Titular no empate por 1 a 1 com o Central Córdoba nesta quarta-feira (07), pela Libertadores, o atacante está há nove jogos sem balançar as redes.
JÁ VEM DE ANTES
O jejum ocorre desde antes de o jogador ser indiciado por estelionato e fraude em jogos. O último gol de Bruno Henrique foi sobre o Vitória, dia 6 de abril, pelo Campeonato Brasileiro.
Na sequência, ele fez dois jogos antes do escândalo: contra o Central Córdoba, dia 9, pela Libertadores, e diante do Grêmio, dia 13, pelo Brasileiro.
A denúncia aconteceu em 15 de abril. No dia seguinte, ele entrou em campo no decorrer da goleada sobre o Juventude por 6 a 0 e foi ovacionado pela torcida do Flamengo, no Maracanã.
Em seguida, foi titular em quatro partidas e nas outras duas entrou no segundo tempo. Em todas passou em branco.
STJD ABRE INQUÉRITO
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva recebeu as provas da PF no início da semana, entre elas trocas de mensagens entre Bruno Henrique e seu irmão Wander. Os diálogos, obtidos em celular, supõem que o jogador forçou o cartão amarelo e avisou o irmão antes.
O presidente do STJD, Luiz Otávio Veríssimo, nomeou o auditor do tribunal Maxwell Borges de Moura Vieira para conduzir o inquérito. Ele tem 15 dias para concluir a apuração, prorrogáveis por mais 15 dias. Ou seja, teria um mês para a conclusão. Depois disso, seria marcado o julgamento.
Bruno Henrique deve ser enquadrado nos artigos 243 do CBJD, o que significa que estará sujeito a penas entre 180 a 360 dias se considerado culpado.
Como até agora não houve suspensão preventiva, a tendência é que o atacante siga jogando pelo menos até o Mundial de Clubes, que começa em junho.
ENTENDA O CASO
Bruno Henrique é suspeito de forçar cartão em partida contra o Santos, em novembro de 2023, para beneficiar apostadores. O UOL procurou a PF e a assessoria do jogador, mas ambos optaram por não comentar o episódio.
Na partida, disputada em Brasília, Bruno Henrique levou amarelo por falta em Soteldo aos 50 minutos do 2° tempo. Ele reclamou muito com o árbitro Rafael Klein e imediatamente foi expulso. O Fla perdia por 2 a 1, e Gerson já havia recebido cartão vermelho.
Três parentes do atleta também foram indiciados: Wander Nunes Pinto Júnior (irmão), Ludymilla Araújo Lima (cunhada) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima). A operação ainda mira em outras sete pessoas.
A investigação envolve uma série de mensagens extraídas do celular do irmão do jogador. A PF havia reunido quase 4 mil conversas no WhatsApp do aparelho do flamenguista, mas muitas delas estavam vazias parte do acervo foi deletado.
Uma conversa entre Wander e Bruno Henrique, ocorrida no dia 29 de agosto de 2023, evidencia as suspeitas. Na ocasião, os dois falam sobre cartões amarelos, e o atleta cita o embate contra o Santos que foi reprogramado de 29 de outubro para 1° de novembro.
Wander: O tio você está com 2 cartão no brasileiro?Bruno Henrique: SimWander: Quando [o] pessoal mandar tomar o 3 liga nós hein kkkkBruno Henrique: Contra o SantosWander: Daqui quantas semanas?Bruno Henrique: Olha aí no GoogleWander: 29 de outubro. Será que você vai aguentar ficar até lá sem cartão kkkkkkBruno Henrique: Não vou reclamar. Só se eu entrar forte em alguémWander: Boua já vou guardar o dinheiro investimento com sucesso
Na véspera do jogo, os dois voltaram a conversar. O jogador escreve: “Lembra a parada que você me pergunto uns tempo atrás [sic]”. O irmão responde: “Do quê?”, e o atleta faz uma ligação. Há conversas posteriores em que o flamenguista demonstra conhecer os ganhos do familiar com apostas.
O Rubro-Negro afirma que tem “compromisso com as regras do fair play desportivo”, mas defende o “princípio constitucional da presunção de inocência”.
* BRUNO BRAZ E RODRIGO MATTOS (UOL/FOLHAPRESS)
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