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Foto: Rafael Melo/G1
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Como de costume, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, estará presente no calendário nacional da Primavera dos Museus – iniciativa realizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Integrando a programação, o MAPP abre, nesta quinta-feira (25), às 18h, a exposição “A quarta parede”, do artista português Rodrigo Bettencourt da Câmara. A entrada é franca e, antes do vernissage, às 17h, ele fará uma palestra.
O conceito de “quarta parede” vem especialmente do teatro realista e naturalista, objetivando que o público observasse a história sem interagir com os personagens. A ideia é haver uma “parede imaginária” que se estende na frente do palco ou do set, separando os atores da plateia, que age como se essa parede fosse real e invisível aos atores.
Do mesmo modo que tal ferramenta fornece uma metaficção ao espectador, a exposição de Rodrigo contempla a metalinguagem, no sentido de que aborda justamente o que se passa nos bastidores dos museus europeus. O artista, aliás, diz que enxerga a montagem e desmontagem e todo o ato que abrange a disposição das peças como um verdadeiro teatro.
E eis que no palco imaginado por Bettencourt brilham o talento de estrelas como Andy Warhol e Peter Kogler, cujos trabalhos estão sendo embalados, desembalados, transportados ou encostados às paredes, em um cenário entrelaçado por dezenas de outros objetos, a exemplo de andaimes, escadas e variadas presenças – o que inclui, também, as ausências, na forma de paredes vazias, suscitando as pausas entre uma exposição e outra; o silêncio, “onde as luzes, que antes destacavam uma obra, iluminam a lacuna que surge à espera da próxima”, segundo explica, à guisa de apresentação, a curadora Bruna Alves Lobo. “Ao mostrar a intimidade do museu desta maneira, a quarta parede entre o público e as grandes exposições é desmistificada, trazendo uma crítica velada a respeito do espaço museológico”, complementa.
Rodrigo Bettencourt da Câmara (Lisboa, 1969) é fotógrafo, pintor e desenhista, atuando, ainda, com Restauro e Conservação. Dispõe de extenso currículo com formações nessas áreas e em Arte Multimídia. Desde a década de 1990, realiza exposições de pintura e fotografia, além de ser responsável pelo segmento de conservação de arte em museus e galerias. Administra, igualmente, a “Art Dispersion” – empresa criada por ele em 1999, voltada a projetos nesses setores, bem como à produção artística.
Primavera dos Museus – Ação nacional coordenada pelo Ibram, a Primavera dos Museus ocorre todos os anos, sempre em setembro. O evento almeja estimular a visitação, incentivar o vínculo dessas instituições com a sociedade e promover debates, envolvendo tópicos relevantes da contemporaneidade, a partir da ótica museológica. Assim, a cada edição, o Ibram sugere um assunto central, norteando a programação que se desenrola no País — em 2025, a ênfase é dada ao tema “Museus e Mudanças Climáticas”. Exposições, visitas guiadas, palestras e apresentações artísticas são organizadas por museus e centros culturais que, a exemplo do MAPP, aderem de maneira voluntária ao calendário.
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