Fechar
O que você procura?
Entretenimento
Foto: Secom/JP
Continua depois da publicidade
Continue lendo
Setembro é reconhecido como o mês de mobilização e conscientização sobre os direitos das pessoas com deficiência, conhecido como Setembro Verde. Neste domingo, dia 21, é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
A data, instituída pela Lei n° 11.133/2005, é lembrada desde 1982 e chama a atenção para o respeito e a inclusão de pessoas que têm algum tipo de limitação ou incapacidade para o desempenho de atividades e requer atenção integral que compreenda ações de promoção, prevenção, assistência, reabilitação e manutenção da saúde. As deficiências podem ser física, visual, auditiva, mental ou múltipla.
Na Capital, há de se falar com alegria sobre esse período do ano, pois basta andar pelas ruas para confirmar: João Pessoa é uma cidade que inclui. Nessa segunda reportagem sobre como a capital é uma cidade amiga da inclusão, vamos mostrar ações práticas nas áreas da cultura, mobilidade urbana e infraestrutura.
Cultura inclusiva – A Tardezinha Inclusiva – ação realizada pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), Associação Paraibana de Autismo (APA) e Turma Tá Blz, é um projeto da Prefeitura de valorização e inclusão de crianças com espectro autista e suas famílias. A proposta, desenvolvida há quase 5 anos, tem como objetivo colocar na agenda da sociedade pessoense a inclusão social a partir da cultura.
A Tardezinha acontece no Centro Cultural de Mangabeira, uma vez por mês, sendo um espaço para as crianças brincarem, correrem, dançarem, cantarem com as atrações musicais e o principal, serem felizes.
Empregabilidade – Quem é PcD e está à procura de emprego, pode contar com a assistência do Sistema Nacional de Emprego de João Pessoa (Sine-JP). Além de oferecer atendimento e consultoria, o órgão promove periodicamente palestras sobre técnicas para entrevistas de emprego e realiza oficinas para a elaboração de currículos.
Mobilidade e acessibilidade – A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP) confirma 482 ônibus eficientes, onde os veículos têm elevadores, espaço para cadeirantes e sinalização inclusiva. As vagas exclusivas de estacionamento são sempre fiscalizadas e a população é conscientizada a manter o respeito. Além disso, as pessoas com direito a ocuparem essas vagas têm suas credenciais emitidas pela Semob-JP.
Outro fator importante na ação de incluir em João Pessoa. A cidade tem cerca de 300 quilômetros de calçadas construídas pela Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) sem obstáculos e com superfícies estáveis e antiderrapantes para garantir segurança e conforto. Todas possuem rampas com inclinação suave e piso tátil de alerta para dar mobilidade a cadeirantes e pessoas com deficiência visual.
Direito de ir e vir – E por falar em deficiência visual, no Instituto dos Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha (ICPAC) encontramos personagens que nos alertam sobre a distância ainda a ser percorrida para a conquista de uma cidade ideal, mas que reconhecem todos os esforços imprimidos para assegurar avanços.
O ICPAC tem 81 anos de existência e, portanto, sabe contar muito bem a história da convivência entre as pessoas com deficiência e a cidade. Atualmente, a instituição tem 1.600 usuários cadastrados, todos com absoluto conhecimento de causa para identificar problemas e evoluções.
A vice-presidente do Instituto, Neide Araújo, é deficiente visual e descreve, com autoridade, uma cidade perto do ideal. “Precisa ter calçadas, transportes, ruas e lugares públicos acessíveis. Já tivemos avanços. Temos hoje calçadas com piso tátil e, quando alguma coisa melhora para a vida da gente, é mais uma vitória. Por enquanto, a cidade ideal é aquela em que você possa ir e vir, caminhar numa calçada que eu possa andar sem ter que cair em nenhum buraco, que eu possa pegar um ônibus acessível”, pontua.
Quem concorda com a afirmação de Neide e acrescenta mais um fator é a diretora escolar da instituição, Vanessa Veloso. “Chegar à parada e pegar meu ônibus, porque já existem aparelhos que identifiquem isso para não ter que estar na dependência das outras pessoas. Quem tem deficiência visual sofre muito quando vai pegar um transporte, nem todo mundo está disposto a ajudar. Nós estamos abertos para dizer como as coisas podem ficar melhor”, relata.
Ao lado de Neide e Vanessa, a presidente do Instituto dos Cegos, Valéria Carvalho, nos lembra que o lugar ideal para a pessoa com deficiência viver é aquele onde a inclusão está em todos os cantos e toda a sociedade age com o compromisso de se envolver nas políticas públicas que promovam soluções, pois todos – sociedade civil e poder público – precisam ser agentes ativos desse processo.
“A inclusão é em todos os espaços. A partir da família, da escola, do mercado de trabalho, das universidades, porque o mundo é um só, não existe o mundo da pessoa com deficiência e da pessoa sem deficiência. Não adianta ter uma cidade totalmente estruturada, acessível, se não tem uma atitude inclusiva. A inclusão passa principalmente pela questão atitudinal, como é que eu estou me comportando, como estou considerando o outro. É ofertar a infraestrutura e capacitar as pessoas para ter essa atitude”, enfatiza.
João Pessoa entende: inclusão social é o processo de garantir que todas as pessoas tenham as mesmas oportunidades de participar plenamente da vida em sociedade, independentemente de suas condições sociais, econômicas, físicas, cognitivas, culturais, étnicas ou de qualquer outra natureza. Com essa compreensão, a gestão municipal faz brotar inclusão em todos os setores da administração pública.
© 2003 - 2025 - ParaibaOnline - Rainha Publicidade e Propaganda Ltda - Todos os direitos reservados.