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Para Roninho do Acordeon, ser sanfoneiro é um “sacerdócio” e um “estilo de vida”

Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2025 às 13:00

Foto: ParaibaOnline/Arquivo

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Em homenagem ao Dia do Sanfoneiro, celebrado no final de maio e com a abertura dos festejos juninos no Parque do Povo, o acordeonista Roninho do Acordeon conversou com a reportagem da Rádio Caturité FM e compartilhou suas reflexões sobre a vida de sanfoneiro. Para ele, o instrumento é muito mais que um meio de trabalho.

“Para mim, é um estilo de vida, é um sacerdócio, é um instrumento que é mágico, é um instrumento poderoso, que consegue transmitir os nossos sentimentos.”

Apesar de reconhecer o peso físico e o custo elevado do instrumento – “é um instrumento pesado, é um instrumento doloroso, fisicamente” –, Roninho o descreve como algo que “recarrega as nossas energias”. Ele acredita que não é o músico que escolhe a sanfona, mas sim o contrário: “É uma honra ter sido escolhido pela sanfona. A gente não escolhe a sanfona, ela que nos escolhe.”

O prazer de tocar a alma das pessoas
Questionado sobre o maior prazer em ser sanfoneiro, Roninho não hesita: “Acho que o maior prazer de um sanfoneiro é ver a sua música tocar as pessoas, seja através da dança, quando a gente começa a tocar e os casais começam a dançar, seja através do sorriso, seja através das lágrimas.” Ele conclui que não há nada mais gratificante “do que tocar a alma das pessoas.”

Desafios e adversidades
Mesmo com a paixão, o músico não ignora as dificuldades da profissão. Ele cita o alto valor do instrumento e os custos de manutenção, além da necessidade de preparo físico para suportar o peso. Roninho também aborda a dificuldade de conseguir espaço no cenário musical, especialmente para quem faz música regional e de raiz em um mercado tão competitivo.

“São muitas as adversidades que um músico brasileiro que faz música regional, música de raiz, passa, né? Principalmente em um mercado cada vez mais competitivo, capitalista onde nem sempre a arte em si é valorizada”, pondera.

Uma mensagem de gratidão à sanfona e aos colegas
Se pudesse falar com sua sanfona, Roninho diria um simples e sincero “obrigado”. “Obrigado pelos presentes humanos, obrigado pelos lugares que eu pude ir. Obrigado por me suportar, porque muitas vezes um músico descarrega em seu instrumento as suas energias”, expressou, demonstrando um profundo sentimento de gratidão.

Para seus colegas sanfoneiros, com o São João a todo vapor, Roninho deixou uma mensagem de união e valorização: “Para todos os irmãos de fole, é um bom São João, que vocês consigam cumprir a agenda, consigam executar o trabalho de vocês, muita saúde, porque é um período que o corpo, a imunidade baixa, o corpo cobra.”

E finaliza com um apelo: “Se valorizem, se valorizem porque nós, os sanfoneiros, que apesar de estarmos no Nordeste, estamos entrando em extinção. Então devemos nos valorizar, respeitar o nosso instrumento, respeitar a nossa música, para assim, possamos também ser respeitados.”

Ouça a entrevista completa.

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