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Podcast: professora analisa tradições do Carnaval na Paraíba e no Nordeste

Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2025 às 12:07

carnaval tradição em joão pessoa

Foto: Secom-JP/Arquivo

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No programa Conexão Caturité, a professora Giseli Sampaio, especialista em cultura popular, trouxe uma análise aprofundada sobre as tradições carnavalescas na Paraíba e no Nordeste.

Durante sua participação, ela ressaltou a importância dos personagens icônicos do Carnaval, como os papangus, as la ursas e o bumba meu boi, destacando sua relevância histórica e cultural.

Segundo a professora, os papangus surgiram no Brasil entre os séculos XVIII e XIX, especialmente na região Nordeste, com forte influência das festividades de Pernambuco.

Ela explicou que a característica marcante desses personagens é a identidade oculta por máscaras e roupas coloridas, elemento essencial da tradição. “O brincar carnaval é um ato de resistência”, afirmou Gisele, ressaltando que essas manifestações culturais são fundamentais para a preservação da identidade popular.

A professora também abordou a história das la ursas, personagens originários do século XVIII, vinculados às celebrações rurais do período da cana-de-açúcar. Segundo ela, essas figuras tinham um papel de resistência e diversão, muitas vezes assustando as pessoas enquanto pediam oferendas com músicas festivas. “Ai de quem negar algo a uma la ursa”, brincou.

Outro ponto de destaque foi o bumba meu boi, uma tradição que transcende o Carnaval e também se faz presente nos ciclos junino e natalino. A professora explicou que essa manifestação cultural simboliza a renovação, representada pela morte e ressurreição do boi. Ela citou exemplos de diferentes versões da festa pelo Brasil, como o Boi de Mamão, em Santa Catarina; e o Boi Garantido e Caprichoso, no Parintins (Amazonas).

giseli sampaio

Foto: ParaibaOnline/Arquivo

Durante o bate-papo, a professora ressaltou a importância de manter essas tradições vivas, principalmente diante da influência de modismos que podem descaracterizar as manifestações populares. Ela destacou que, em Campina Grande, diversos bairros mantêm viva a tradição dos encontros de bois e que as escolas de samba da cidade incorporam esses elementos nas agremiações carnavalescas.

A entrevista também trouxe um momento de nostalgia, quando foi lembrada a tradição dos concursos de papangus na cidade de Taperoá, berço de Ariano Suassuna.

A professora Giseli ressaltou que o Carnaval é um espaço de expressão social, cultural e histórica, reforçando o caráter lúdico e inclusivo da festividade.

Ouça o podcast aqui.

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