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Uma noite de muita emoção. Foi assim a apresentação do espetáculo ‘Paixão de Cristo – um musical inclusivo’, realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), em parceria com a Associação Paraibana de Autismo (APA), Turma Tá Blz e a Escola Municipal Aruanda, na noite desta sexta-feira (22). De forma inédita, a Paixão de Cristo foi encenada por autistas e contou com a sensibilidade musical de Amanda, que é T21 e foi acompanhada pela mãe no violino.
“Foi realmente uma noite muito encantadora. Foi emocionante assistir à apresentação das crianças. Pela primeira vez, uma Paixão de Cristo é montada a partir do olhar, do envolvimento e do protagonismo de crianças autistas e com T21. Isso garante uma oportunidade única para as crianças mostrarem que têm potencialidades, muita capacidade criativa no uso das linguagens, no envolvimento, no compromisso. Isso é muito importante. A Prefeitura de João Pessoa cria uma agenda de inclusão social pela arte de maneira muito forte na cidade”, avaliou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
Ele ressaltou que a Prefeitura tem uma política que não é só de promoção de eventos. “Estamos fazendo essa política de inclusão social há mais de dois anos e dá resultados muito objetivos e concretos. Nós vemos o desenvolvimento das crianças nesse envolvimento com a linguagem artística e com a cultura”, acrescentou.
Hosana Carneiro, presidente da Associação Paraibana de Autismo (APA), compartilha do mesmo sentimento. “A noite foi incrível. Me emocionei muito. Vivemos um momento diferente na cultura de João Pessoa, na vida dos autistas e é um sentimento de dever cumprido, nós e todas as pessoas que estavam assistindo, porque prestigiaram um momento maravilhoso. Sabemos que estamos fazendo, de verdade, nossos autistas se sentirem felizes”, declarou.
Ela contou que Lucas, um dos meninos autistas que fez parte do elenco da peça, disse, no final da encenação, que iria dormir muito mais feliz que no dia anterior, quando estava muito ansioso. “Ele representou lindíssimo. Foi uma peça incrível. Nós aproveitamos o que eles amam, que é cantar. A música é vida para muitas pessoas e para eles também. Me sinto realizada diante do que assisti nesta noite”, afirmou.
A diretora musical do projeto da Paixão de Cristo dos autistas, Nik Fernandes, disse que este foi um começo brilhante. “O sentimento é só emoção. Não tem como a gente não se emocionar contando a história de Jesus e ainda mais contada pelas crianças autistas que são tão desacreditadas pela sociedade”, observou.
Ela ressaltou que, cada vez mais, esse projeto mostra que se os autistas tiverem chance, eles brilham. “Nós precisamos de pessoas que acreditem. Essa gestão é totalmente inclusiva. Esse musical só aconteceu porque tivemos o apoio de um edital da Funjope. Agradeço também às crianças que acreditaram no projeto, às suas mães e, principalmente, agradecer à Funjope pela oportunidade”.
Marinalva Rodrigues, professora de teatro e circo da Escola Aruanda, afirmou que foi um desafio maravilhoso. Ela trabalha com crianças há muitos anos e ressaltou que a parceria da escola com o projeto Tardezinha Inclusiva acontece desde que ela foi chamada para fazer a palhaça Kika. “E por que não fazer a inclusão através da Paixão de Cristo? A gestão da escola abriu os braços, cedeu o espaço e incluímos crianças da Aruanda e da Tardezinha. Foi lindo demais. Estou muito emocionada”, disse.
A diretora da Escola Aruanda, Ercilene Azevedo, frisou que a unidade de ensino se sente honrada em ter participado dessa iniciativa. “É um momento em que vemos os nossos alunos e uma professora da nossa escola fazendo um espetáculo grandioso como este. Acho que foi um momento de grande emoção e, quando vi a plateia participando, foi muito tocante. São crianças que, mesmo com necessidades especiais, têm um potencial muito grande e isso foi mostrado aqui através das músicas e da atuação”, elogiou.
Espetáculo
A ‘Paixão de Cristo – um musical inclusivo’ foi, como o próprio nome diz, musical e isso, como observa Nik Fernandes, ajuda a atrair a atenção dos atores. “Estamos fazendo uma Paixão de Cristo para repensar porque o maior peso da cruz, para eles, ainda é a sociedade. Queremos lembrar que o autismo não é uma doença, não é transmitido. O que o autista transmite é muito amor. Eles gostam de beijar, abraçar e eu estou super feliz por fazer parte de tudo isso”, completa.
Pais
Para as famílias dos autistas, a noite foi inesquecível. “Foi um momento muito emocionante de ver as crianças atípicas, com vários tipos de transtornos, crianças diferentes como a minha filha, que interpretou a Maria e é autista, todas interagindo. Este é um projeto muito bonito da Funjope com a Tardezinha Inclusiva, que deu essa oportunidade para que eles pudessem representar essa peça sobre a Paixão de Cristo, um momento tão icônico. Foi maravilhoso e estou muito feliz”, comentou a bibliotecária Lizandra Fidélis de Oliveira, mãe de Laura Luiza, de 17 anos.
O musicoterapeuta Júnior Targino é pai de João Pedro, de 19 anos, que é autista e tem síndrome de Down. Ele afirmou estar muito feliz, não só pela participação do filho na peça, mas de todos os demais. “Dentro do projeto da Funjope, junto com a APA, na Tardezinha Inclusiva, estão acontecendo outras iniciativas como esta. Lá descobrimos cantores, atores, muitos talentos e, com eles, é possível fazer várias ações culturais. Com este trabalho, mostramos para a sociedade que nossos filhos são capazes de fazer arte e ir além. É uma gestão realmente inclusiva. Que espetáculos como este aconteçam mais e ocupem outros espaços”, pontuou.
Para a depiladora Anne de Lima Costa, mãe de Jennifer, de 13 anos, a noite foi de emoção. “É muito emocionante ver nossos filhos fazendo uma apresentação tão linda quanto essa. Minha filha tem 13 anos e é típica, mas veio participar dessa interação e é uma honra que ela esteja junto dessas crianças tão especiais. Elas mostraram que são capazes de atuar de verdade”.
Plateia emocionada
O público em geral também compareceu para prestigiar o espetáculo e saiu de lá com a sensação de que valeu a pena. “Foi maravilhoso, emocionante e realmente precisamos de mais espaços assim. Eu cheguei cansada do trabalho, mas decidi vir. Não me arrependo e estou saindo muito emocionada daqui. Foi tudo lindo, a escolha das músicas, a apresentação deles. Aqui vimos como essas crianças são felizes no mundo delas e tenho certeza de que elas têm muito a nos ensinar. Elas são muito capazes de transmitir amor”, resumiu a administradora de empresas Marília Sales.
A enfermeira Maria Verônica de Lima também saiu emocionada do espetáculo. “Que aconteçam mais eventos inclusivos como este para servir à comunidade e dar espaço e visibilidade a essas pessoas. Foi realmente maravilhoso”, frisou.
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