Eleições

André Ribeiro: “Fui chamado de negacionista porque dizia que Romero não seria candidato”

Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2024 às 18:23

Foto: ParaibaOnline

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O candidato a prefeito de Campina Grande pelo PDT, André Ribeiro, foi o último entrevistado da série de sabatinas do projeto “A Voz das Urnas”, promovidaatravés de parceria entre o ParaibaOnline e o Jornal da Manhã, da Rádio Caturité FM.

Durante a entrevista, realizada nesta segunda-feira, 30 de setembro, Ribeiro falou sobre temas como orçamento municipal, emendas impositivas, inovação, segurança pública e os distritos de Campina Grande. Confira abaixo os principais temas.

Orçamento do município X promessas de campanha

André Ribeiro destacou sua visão sobre a gestão do orçamento público e foi categórico ao afirmar que suas promessas são modestas, mas focadas no que considera necessário para a cidade.

“Eu não prometo tanto, não. Mas o que eu prometo é fazer o que é necessário. A cidade foi mal acostumada com poucos investimentos. Campina Grande está sofrendo por falta de gestão, conhecimento sobre a máquina pública e, sobretudo, falta de direcionamento do orçamento para o que realmente interessa”, afirmou o candidato.

Ainda falando sobre a gestão do orçamento, Ribeiro criticou o excesso de prestadores de serviços na Prefeitura de Campina Grande.

“A prefeitura tem nove mil prestadores de serviço, dos quais praticamente metade foi contratada nos últimos dois anos. Quem estiver trabalhando de verdade, pode ficar tranquilo, vai continuar trabalhando, mas tem muita gente na prefeitura que infelizmente não dá um prego numa barra de sabão”, apontou.

Ribeiro disse ainda que, caso eleito, fará uma análise criteriosa sobre a eficiência e necessidade de cada função.

“Em média, a folha de pagamento dos prestadores de serviço está em torno de R$ 27 milhões. Isso durante um ano dá mais de R$ 270 milhões. Eu vou fazer um estudo sobre a eficiência e a necessidade de cada função e vou colocar para fora aqueles que são usurpadores da máquina pública”, salientou o prefeitável.

Emendas impositivas

O candidato criticou o atual prefeito e candidato a reeleição, Bruno Cunha Lima (UB), pela postura em relação às emendas impositivas, relembrando um projeto de lei proposto por Bruno quando ele era vereador.

“O prefeito Bruno fez um projeto de lei querendo colocar 10% do orçamento para emenda impositiva. Ele era vereador e sonhava em ter uma emenda sua. Quando ele virou prefeito, fez o contrário, criou essa guerra com a Câmara Municipal, porque a câmara tentou meio por cento, um por cento do orçamento impositivo”, apontou o candidato.

Ribeiro disse ainda ser contrário ao modelo de emendas impositivas, mas afirmou que respeitará o que for decidido pelo legislativo, caso seja eleito.

“Eu sempre disse que esse modelo não me agrada. Eu acho que o Brasil vive um momento muito sério porque as emendas impositivas na Câmara Federal e no Senado têm causado uma dificuldade no planejamento do país (…) Agora tem uma diferença, eu sou um democrata e respeito aquilo que é decidido pelo poder legislativo, desde que aquilo não sufoque nem impeça o município de minimamente devolver ao povo aquilo que se espera”, enfatizou Ribeiro.

Inovação e criação de escritório de projetos

O candidato do PDT defendeu a criação de um escritório de projetos para fomentar a inovação em Campina Grande, afirmando que a cidade precisa reverter o cenário de estagnação econômica e de geração de empregos.

“Campina há muito tempo não traz uma indústria para cá. Campina há muito tempo não mexe na sua economia para gerar emprego para o nosso povo (…) Dentro do nosso programa (de governo) temos o ‘Fique em Campina’. Eu vou dotar a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação com recursos suficientes, abrindo um escritório de projetos. Vou criar um programa para que os jovens que estejam saindo da universidade possam fixar em Campina as suas empresas, as suas startups”, explicou o prefeitável.

Romero Rodrigues

Ao ser questionado se a oposição em Campina Grandeadotou a estratégia de esperar uma posição sobre a participação do deputado Romero Rodrigues (Podemos)nas eleições deste ano, e se acreditava que essa teria sido uma decisão errada, André Ribeiro disse que não se incluía nessa estratégia, a qual considerou equivocada.

“Eu fui chamado de negacionista porque eu dizia desde o começo que Romero não seria candidato. Era um arrumadinho que estava sendo formado por ele, Veneziano, Cássio e toda essa turma que antes se engalfinhava e agora estão juntos. Essa foi a estratégia para impedir a oposição de crescer”, apontou o pedetista.

Propostas para os distritos

Ribeiro, durante a entrevista, também apresentou propostas para promover melhorias nos distritos de Campina Grande, como a criação de centros de trilhas que visam fomentar o ecoturismo e estimular a economia local.

“No nosso plano de governo tem a previsão da criação, por exemplo, em São José da Mata, do centro da trilha, que vai estar integrado a um centro da trilha em Galante. Esse centro da trilha vai propiciar que as pessoas tenham um ambiente minimamente seguro para levar suas bicicletas, seus equipamentos para fazer ecoturismo, para que os distritos possam ter uma fonte de renda permanente”, frisou o pedetista.

Ainda falando sobre os distritos, o candidato também manifestou preocupação com São José da Mata, que segundo ele pode ter prejuízos econômicos com a duplicação da BR 230, no trecho em direção ao sertão paraibano.

Segurança pública e Guarda Municipal

Ao falar sobre segurança pública, André criticou a atual gestão, alegando que ela não tem dado as condições necessárias para os guardas municipais desempenharem seu papel de forma adequada.

“O prefeito quer criar uma secretaria de segurança, mas ele está com a guarda municipal com praticamente metade das vagas disponíveis desde que foi criada. Campina tem 150 vagas que foram criadas de guarda municipal, ele está com 80 e os concursados que ele colocou, atrasados, inclusive, estão indo embora porque não tem condições. Não tem placa balística, se o policial levar um tiro, morre.Só temos seis carros e dois estão quebrados”, apontou Ribeiro.

Ele também criticou o que avaliou como desperdício de recursos na área da segurança pública.

“O prefeito Bruno jogou mais de um milhão e meio na lata do lixo. Ele passou um ano pagando uma bolsa porque não queria nomear os guardas municipais”, criticou o prefeitável.

Assista na íntegra:

A Voz das Urnas

Para acompanhar todas as entrevistas realizadas pelo projeto “A Voz das Urnas” com os candidatos a prefeito e vice-prefeito em Campina Grande, acesse o nosso canal no YouTube.

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