Dicas de português: Professor explica diferença entre “arbitrário” e “livre-arbítrio”

No quadro semanal de Língua Portuguesa, o professor Golbery Rodrigues trouxe mais uma reflexão importante sobre o uso preciso das palavras e como elas podem carregar sentidos muito distintos, apesar de parecerem semelhantes. Desta vez, o tema foi a diferença entre os termos arbitrário e livre-arbítrio, frequentemente confundidos no cotidiano.

Golbery iniciou lembrando que, embora as palavras pareçam da mesma família, “as palavras parecem ter parentesco próximos, mas a verdade é que moram em casas diferentes no dicionário”. Segundo ele, compreender essa distinção ajuda a evitar equívocos na fala e na escrita.

O professor explicou que o termo arbitrário carrega um sentido negativo e está associado a decisões injustas, sem fundamentos ou critérios. “Arbitrário é quando a decisão é injusta ou sem fundamento, vindo do latim arbitrarius, ligado ao sentido de decisão tomada ao gosto de alguém”, afirmou.

Ele destacou que, com o tempo, o português reforçou o caráter negativo da palavra, e exemplificou: “O professor resolve dar zero ao aluno, sem explicar o motivo? Isso é uma decisão arbitrária, injusta, sem fundamentação”.

Já livre-arbítrio segue em direção oposta. O termo diz respeito à liberdade consciente de escolha e está associado à responsabilidade e à ética. “Livre-arbítrio é liberdade de escolha consciente, vem do latim arbítrio, que significa decisão, julgamento”, explicou Golbery. E completou: “Livre-arbítrio é a capacidade humana de escolher, de decidir, agir com autonomia, assumir responsabilidade pelos próprios atos”.

Para deixar ainda mais clara a distinção, o professor resumiu:“Arbitrário: fiz porque quis, mesmo que seja injusto. Livre-arbítrio: escolhi porque penso, sinto e assumo as consequências”.

Foto: ParaibaOnline/Arquivo

Golbery encerrou reforçando a importância da precisão semântica: “Portanto, arbitrário é decidir sem razão e livre-arbítrio é decidir com consciência”.