Empreendedor de Soledade conquista Campina Grande com pastel artesanal

*Vídeo: ParaibaOnline

Na edição desta semana da coluna “Do Grão ao Pão”, conhecemos a história inspiradora de José de Anchieta Moreira, fundador da Pastelaria Anchieta, um nome que se tornou sinônimo de sabor e perseverança em Campina Grande. Associado ao Sindicato da Panificação, Anchieta relembrou com emoção os primeiros passos de sua trajetória, marcada pela força de vontade e simplicidade.

“Quando eu comecei, era sem maquinário nenhum. Tudo manual. Pegava um quilo de trigo, colocava em cima da mesa e abria a massa com uma garrafa de vidro”, contou, com um sorriso nostálgico. Foi assim, improvisando com o que tinha, que nasceu o primeiro pastel — símbolo de uma jornada feita de trabalho e fé.

O início foi em Soledade, sua terra natal, onde vendia pastéis para lanchonetes, escolas e mercadinhos. Sem ponto fixo, Anchieta pedalava por todos os cantos da cidade para entregar seus produtos.

“Eu não tinha um ponto pra vender, fazia os pastéis e entregava nas lanchonetes. Depois botei uma pessoa numa bicicleta pra vender lanche por todos os lados. Assim foi crescendo”, relembra.

Com o tempo, o mercado local cresceu, e ele decidiu buscar novos horizontes. “Na cidade pequena, o pessoal vai copiando. Chega uma hora que o ciclo se fecha. Aí pensei: preciso inventar alguma coisa, saber como é lá fora”, explicou. Foi então que veio para Campina Grande, onde teve contato com outros empreendedores do ramo e aprimorou sua receita.

“Quando cheguei no sindicato, vi o pessoal todo grande, e eu me achava pequeno. Mas fiquei, aprendi e fui melhorando cada vez mais o meu pastel. Depois meu filho entrou e ajudou a criar a marca como ela é hoje”, contou.

A virada veio quando um colega do sindicato ofereceu a Anchieta uma padaria para alugar. “Ele disse: ‘Tu vai vender pão de soja’. E eu respondi: ‘Não, eu vou vender é pastel’. Mas apareceu uma padaria e eu fui enfrentar, porque queria botar meu pastel na cidade grande.”

Assim, nasceu a Pastelaria Anchieta em Campina Grande, que conquistou o paladar e o carinho dos campinenses. Hoje, o empreendimento segue crescendo, preservando a essência artesanal que marcou seu início.

“Agora já temos máquinas, mas ainda fazemos muita coisa no cilindro. Está pra chegar com uma máquina própria para pastel, mas o segredo mesmo continua sendo a mão e o coração”, finaliza Anchieta