Economia

Medicamentos: faturamento cresce acima de 10% no 1º semestre de 2025

Da Redação*
Publicado em 26 de agosto de 2025 às 11:18

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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A indústria farmacêutica do país fechou o primeiro semestre deste ano com crescimento de 5% nas vendas de medicamentos ante o mesmo período de 2024. Ao todo, foram mais de 5,7 bilhões de embalagens comercializadas, sendo 78% desses medicamentos feitos no Brasil.

Além do crescimento no volume de unidades comercializadas, o setor também foi ajudado pelos reajustes nos preços dos medicamentos, que subiram até 5% no início do ano. Isso fez com que, em valores, fossem movimentados R$ 138,3 bilhões —aumento de 11,5% na comparação com o primeiro semestre de 2024.

Dados compilados pela Alanac (Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais) com base nos indicadores do IQVIA e do Ministério da Saúde mostram que a venda de genéricos e similares é o principal propulsionador da indústria nacional.

Nas vendas por segmentos entre janeiro e junho, os genéricos lideraram com 2 bilhões de unidades. Medicamentos similares aos de referência tiveram 2,1 bilhões de unidades comercializadas, enquanto os medicamentos de referência, cujo mercado é dominado por multinacionais, chegaram a 305 milhões de unidades.

Para se ter uma ideia, o setor registrou um crescimento de 180% de unidades comercializadas no país nos últimos 25 anos, sendo que, de 2020 até agora, a alta foi de 19% nas vendas.

Com uma legislação regulatória mais amadurecida, as empresas locais foram beneficiadas com o avanço tecnológico e o aumento na procura dos brasileiros por medicamentos, que hoje conta com diversificação de portfólio para terapias e demandas diversas.

Em 2000, quando a lei dos genéricos completou um ano em vigência, os laboratórios contavam com menos de 5.000 remédios registrados na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Hoje já são mais de 17 mil produtos.

A participação de mercado também variou consideravelmente: há 25 anos, as vendas do mercado farmacêutico eram divididas ao meio entre empresas nacionais e multinacionais. Hoje, com a dominância dos laboratórios brasileiros, as estrangeiras ocupam 20% do setor, vendendo principalmente medicamentos de referência, e a previsão é de que até 2030 essa participação seja reduzida a 10%.

“O desempenho da indústria nacional demonstra a relevância dos genéricos e similares como pilares de acesso e sustentabilidade para o sistema de saúde brasileiro. São os laboratórios locais que sustentam a maior parte das embalagens que chegam às farmácias e hospitais do país”, afirma em nota Henrique Tada, presidente executivo da Alanac.

O balanço dos últimos 25 anos serão apresentados pela associação nesta terça-feira (26), durante o seminário Difan, fórum de desenvolvimento da indústria farmacêutica nacional, em Brasília.

“Quando olhamos a série histórica desde 2021, vemos uma consolidação da indústria nacional. Os laboratórios brasileiros sustentam a base de produção, garantem acesso a medicamentos essenciais e, ao mesmo tempo, investem em inovação e tecnologia para competir com as multinacionais”, diz o executivo.

Segundo a associação, o SUS (Sistema Único de Saúde) é o principal comprador do setor, hoje responsável por 74% da demanda total de medicamentos genéricos e similares comercializados no país.

Até 2030, quando devem vencer cerca de 1,5 mil patentes de medicamentos, o setor projeta uma nova onda de genéricos e similares nas farmácias brasileiras.

“O papel do setor nacional no abastecimento de medicamentos essenciais é hoje estratégico. O desafio está em conciliar acesso, qualidade e políticas de inovação que permitam ao país avançar como produtor e exportador de tecnologia farmacêutica”, pontua Tada.

*DIEGO FELIX/Folhapress

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