Economista analisa medidas do governo brasileiro após tarifaço dos EUA

*Vídeo: ParaibaOnline

No quadro semanal O Bê-á-bá da Economia, o professor e economista Johnatan Brito avaliou as ações anunciadas pelo governo brasileiro para enfrentar os impactos do aumento de tarifas imposto unilateralmente pelos Estados Unidos a produtos nacionais.

Segundo ele, a medida não é uma retaliação, mas uma resposta voltada para dentro do país, com o objetivo de proteger a atividade produtiva nacional.

“O governo propôs um plano de auxílio, apoio e suporte aos produtores que comprovarem dificuldades em função desse tarifaço americano”, explicou.

Entre os pontos destacados, está a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões via BNDES para empresas afetadas pela perda de mercado nos EUA. O crédito, no entanto, virá com contrapartida: manutenção dos empregos. “Isso é fundamental para evitar aumento do desemprego”, reforçou Johnatan.

Outro eixo da proposta é a compra, pelo governo, de produtos perecíveis que não forem vendidos para o mercado americano, como peixe, mel e frutas, destinando-os a políticas públicas de combate à fome, escolas e hospitais.

Também haverá investimento na busca de novos mercados consumidores para compensar as perdas.

Apesar de considerar a medida positiva, o economista apontou riscos que precisam de atenção. Um deles é o impacto sobre pequenos produtores locais.

“Quando empresas maiores trazem seus produtos para o mercado interno, precisam competir com preços locais, o que pode gerar desequilíbrio para os pequenos”, alertou.

Johnatan também destacou críticas do mercado financeiro sobre a possível pressão inflacionária causada pela injeção de recursos e pelo aumento do gasto público. Para ele, no entanto, o uso dessa ferramenta é legítimo em momentos de crise.

“O governo precisa agir quando empresas nacionais estão sofrendo. O próprio governo americano já fez isso, salvando empresas durante a crise do subprime”, concluiu.