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Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (17) que a Petrobras não é a única culpada pelo elevado preço dos combustíveis e que “o povo precisa aprender a saber quem xingar” pelos aumentos. Segundo ele, o consumidor “está sendo assaltado” por intermediários na venda dos produtos.
“O povo brasileiro não tem as informações necessárias para que possa fazer juízo de valor. Então quando sai anúncio do diesel, da gasolina e do gás, a Petrobras leva a fama, o governo leva a fama e muitas vezes não têm culpa nenhuma”, afirmou.
“O povo não sabe que a gasolina sai da Petrobras a R$ 3,04 e que na bomba ela é vendida a R$ 6,49. Ou seja, ela é vendida pelo dobro do preço que sai da Petrobras”, afirmou nesta segunda.
Ele citou o ICMS e margens da cadeia dos combustíveis como vilões. Lembrou que a Petrobras já teve a BR Distribuidora e a Liquigás, que entregava gás de botijão, mas vendeu as duas empresas e hoje tem menor capacidade de arbitrar preços.
“O povo é assaltado pelo intermediário”, afirmou, sem citar nomes dos responsáveis pelo assalto.
O petista também afirmou que a Petrobras tem que “tomar uma atitude” e vender diesel direto para grandes consumidores que tenham capacidade de receber o produto, “para a gente poder baratear o preço”.
A estratégia já está no radar da Petrobras, segundo disse Magda em janeiro. A empresa já fechou contrato, por exemplo, com a Vale. Mas não é possível vender diretamente a consumidores pequenos, já que não há estrutura para abastecimento de veículos nas refinarias.
O presidente da República disse que os novos donos da BR, hoje Vibra, foram os únicos a lucrar com a privatização da empresa, feita no governo Jair Bolsonaro (PL). E reclamou que a venda foi uma estratégia para fatiar e privatizar aos poucos a estatal.
“Tem que ter consciência de que, a depender de quem governa esse país, a Petrobras não é levada a sério e vai ter tentativa de privatizar [a empresa] toda a vez que o povo brasileiro votar errado.”
Lula participou de cerimônia de anúncio de investimentos da Petrobras em Angra dos Reis (RJ), como parte de uma estratégia para tentar reverter a baixa popularidade -pesquisa Datafolha mostrou que sua aprovação atingiu o menor patamar de todos os seus governos.
O presidente tenta reforçar nos discursos avanços econômicos de seu governo, como o baixo desemprego, e culpar fake news pelo desempenho. Passou também a incluir uma defesa sobre os elevados preços dos combustíveis no país.
O evento em Angra dos Reis foi negociado em reunião de Lula com a presidente da estatal, Magda Chambriard no fim de janeiro. O encontro ficou marcado por vazamento de informações sobre reajuste no preço do diesel que seria confirmado cinco dias depois.
Em seus primeiros mandatos, Lula promoveu um ciclo de retomada da construção naval no país, após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato —que envolveu construtoras que construíram estaleiros em busca de encomendas da Petrobras.
No evento desta segunda, o presidente voltou a criticar a Lava Jato, segundo ele, responsável por quebrar empresas e o setor de engenharia no país.
“Mas o que estava em jogo na questão da Lava Jato?. Era a destruição da indústria de engenharia desse país e a tentativa de destruir a Petrobras criando imagem negativa da Petrobras no mundo.”
Os oito navios anunciados nesta segunda serão encomendados pela Transpetro, subsidiária da Petrobras para o transporte de petróleo e derivados. São embarcações para transportar gás liquefeito de petróleo, o gás de cozinha.
A estatal já lançou uma primeira encomenda de navios sob Lula, para a construção de quatro embarcações para o transporte de combustíveis, vencida por consórcio formado pelo Estaleiro Rio Grande e pelo estaleiro McLaren. O plano de renovação de frota da Petrobras prevê 25 navios até 2030.
*NICOLA PAMPLONA/folhapress
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