Economia

Banco Central aumenta a taxa básica de juros no Brasil

Da Redação*
Publicado em 18 de setembro de 2024 às 19:13

banco central

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, de 10,5% para 10,75% ao ano, na primeira alta feita durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Esse foi o primeiro aumento de juros em mais de dois anos -em agosto de 2022, a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano.

A Selic ficou um ano parada naquele patamar até o início do processo de flexibilização do aperto monetário em agosto do ano passado.

Ao longo do ciclo de queda, houve recuo de 3,25 pontos percentuais no acumulado, com seis reduções de 0,5 ponto e uma de 0,25 ponto. Depois da sucessão de cortes, foram duas manutenções seguidas, nos encontros de junho e julho.

A decisão pelo aumento mais brando veio em linha com a expectativa do mercado financeiro.

Levantamento feito pela Bloomberg mostrou que a alta da Selic em 0,25 ponto era a projeção majoritária dos economistas consultados.

Esse foi o primeiro encontro do Copom desde que Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, foi indicado por Lula à presidência do BC. Ele será sabatinado na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado em 8 de outubro. Se aprovado, fará a transição de comando em um cenário de elevação de juros.

Até o fim do ano, quando termina o mandato de Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, o Copom tem duas rodadas de reuniões: 5 e 6 de novembro e 10 e 11 de dezembro. No ano que vem, sete dos nove membros da cúpula do BC terão sido nomeados por Lula.

Nesta quarta, os juros seguiram direções opostas no Brasil e nos EUA. O Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) cortou as taxas em 0,5 ponto percentual, para a faixa entre 4,75% e 5%.

Foi a primeira redução dos juros desde março de 2020. Esse cenário é favorável para a taxa de câmbio de países emergentes, como o Brasil, e pode tirar um pouco de pressão sobre os próximos passos do BC.

Desde a reunião anterior, em julho, o dólar continuou mostrando força frente ao real, a previsão do PIB refletiu uma economia ainda aquecida no Brasil e cresceu a preocupação com a trajetória da inflação diante das mudanças climáticas e dos possíveis efeitos da estiagem sobre preços de alimentos e energia elétrica.

As projeções de inflação seguiram distantes do centro da meta, afetadas também pelas incertezas dos agentes econômicos sobre os rumos das contas públicas do país.

Conforme dados do boletim Focus, os economistas projetam que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) feche o ano em 4,35%, já perto do teto do alvo.

Para 2025, período mais relevante para a decisão do BC, a estimativa está em 3,95%.

A meta de inflação perseguida pelo BC é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Isso significa que o objetivo é considerado cumprido se oscilar entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto).

Com os efeitos defasados da política monetária sobre a economia, o BC tem a inflação de 2025 na mira e já olha também para 2026.

O Copom volta a se reunir nos dias 5 e 6 de novembro para definir o patamar da taxa básica de juros.

*NATHALIA GARCIA/folhapress

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