Economia

Giro econômico: veja os destaques desta quinta-feira

Da Redação*
Publicado em 21 de março de 2024 às 9:38

banco central

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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SEM PLURAL
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve o ritmo de corte de juros das últimas reuniões e rebaixou a Selic em 0,5 ponto, para 10,75% ao ano.

Tudo isso já era esperado.

A novidade, porém, veio nas duas últimas palavras desse trecho do comunicado:

“Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião”.

↳ Nos comunicados anteriores, o BC usava “próximas reuniões”, no plural.

O que muda? O Copom se compromete com mais um ajuste de 0,5 ponto em maio, e fica livre para decidir se mantém o ritmo ou diminui para 0,25 ponto no encontro de junho.

Nos EUA, o Fed (Federal Reserve, BC americano) também não surpreendeu e manteve as taxas inalteradas no intervalo entre 5,25% e 5,50% ao ano. O mercado estava de olho para as previsões dos diretores sobre os cortes de juros neste ano.

O cálculo da maioria com três reduções de 0,25 pontos cada aliviou os investidores, que temiam projeção de apenas dois cortes.

Em reação, as bolsas globais subiram, e o dólar perdeu força.

O que muda com a Selic a 10,75% ao ano:
↳ Nos investimentos, os ativos prefixados e atrelados à inflação ficam mais vantajosos, enquanto os pós-fixados perdem rentabilidade.

↳ No ranking de juros reais, nada. O Brasil segue na 2ª colocação global, atrás do México.

O QUERIDINHO DO MERCADO
Na Faria Lima e no Leblon, redutos financeiros de São Paulo e Rio, não há comparação: Roberto Campos Neto é mais confiável do que o presidente Lula (PT).

É o que aponta pesquisa realizada pela plataforma de investimentos Genial e pela empresa de inteligência de dados Quaest. O levantamento ouviu 101 fundos com sedes em São Paulo e Rio de Janeiro.

Em números:
81% dos gestores, economistas, traders e analistas do mercado responderam “confiar muito” no presidente do BC.

1% tem a mesma opinião sobre Lula.

96% dos entrevistados acham o presidente da República “pouco ou nada” confiável.

2% pensam o mesmo sobre Campos Neto.

O que mais a pesquisa perguntou:
↳ Opinião sobre o governo Lula:
64% têm visão negativa, um aumento de 12 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, de novembro.

30% qualificam como “regular” e 6% têm visão positiva.

↳ O que acha do Fernando Haddad (ministro da Fazenda):
64% avaliam seu trabalho como positivo, enquanto 12% veem como negativo.

↳ Chance de cumprir a meta de déficit zero:
99% não creem que isso vá acontecer

↳ O que fizeram depois das declarações de Lula sobre Petrobras e Vale:
57% alteraram a carteira de investimentos, enquanto o restante manteve o mesmo portfólio.

uso de celular

Foto: Freepik

PIX VIROU ZAP
Do total de transferências via Pix feitas no ano passado, mais de 35,3 milhões foram de R$ 0,01. Foi um aumento de 43% ante 2022, conforme o BC.

O que explica: as razões variam. Pode ser uma transferência de teste antes de ser feita uma de outro valor maior, por exemplo.

Mas há casos em que as pessoas usam o Pix de R$ 0,01 para se comunicar, como é possível encontrar em publicações nas redes sociais.

Os exemplos mais relatados são de transferências feitas após o término de um relacionamento, principalmente naquele em que uma pessoa decide bloquear praticamente todas as formas de comunicação com a outra –menos o Pix, que permite mandar uma mensagem junto com o envio do dinheiro.

como evitar? A reportagem chegou a procurar o BC no ano passado questionando a possibilidade de bloquear um contato no Pix. A autarquia disse que não previa adicionar essa funcionalidade ao sistema.

Uma possibilidade de evitar que uma pessoa faça a transferência é excluir todas as chaves de Pix –CPF/CNPJ, email, telefone– e deixar apenas a chave aleatória.

NOVO GIGANTE DA IA?
A disputada briga entre investidores de risco por startups de IA (inteligência artificial) deve ganhar em breve um novo competidor de peso.

O governo da Arábia Saudita planeja criar um fundo de US$ 40 bilhões para investir no setor, de acordo com o New York Times.

Ele seria tocado em parceria com a Andreessen Horowitz, fundo do Vale do Silício que tem uma série de empresas de ia no portfólio.

Chuva de dólares: enquanto o investimento em startups mundo afora ainda não retomou o patamar da pré-pandemia, o mesmo não acontece para as empresas de IA. Elas são a aposta da vez dos gestores, e nunca foram tão valorizadas como agora.

Por que a Arábia Saudita quer investir em IA? O país tem usado o fundo soberano de mais de US$ 900 bilhões para tentar diversificar sua economia, hoje ainda muito dependente das receitas do petróleo.

Esse também é o argumento utilizado pelo país para despejar bilhões nos clubes de futebol locais, que trazem astros do calibre de Cristiano Ronaldo, Neymar e Benzema.

Sim, mas… Os críticos afirmam que a estratégia vai além disso, sendo sobretudo uma tentativa de limpeza mundial da imagem do país.

A Arábia Saudita é lembrada por casos de agressões a direitos humanos e execuções, como a do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018. A CIA acusa o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, de ter ordenado o assassinato. Ele nega.

*ARTUR BÚRIGO/Folhapress

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