Brasil

Hugo Motta fica calado sobre censura e agressões a jornalistas

Da Redação*
Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 21:57

Presidente da Câmara dos deputados, Hugo Motta,

Foto: Lula Marques/Agência Brasil/Arquivo

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), silenciou nesta quarta-feira (10) sobre a ação de policiais legislativos de censurar o trabalho da imprensa durante a retirada à força do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da cadeira da presidência da Casa.

Motta até sinalizou se reunir com representantes dos profissionais que atuam na cobertura jornalística da Câmara para discutir o episódio, mas não os recebeu. Uma comitiva de jornalistas conversou com a assessoria da presidência.

Após o encontro, a comitiva afirmou que auxiliares de Motta disseram que deve ser publicada nota com “esclarecimentos formais e que há uma determinação de ‘sindicância’ para as apurações”. Até a conclusão deste texto não havia qualquer manifestação.

Mais cedo, a Folha de S.Paulo enviou à presidência da Câmara uma série de questionamentos, incluindo perguntas sobre se teria partido de Motta a ordem para a polícia legislativa agir com emprego de força, a determinação para que a transmissão da TV Câmara fosse interrompida ou a ordem de que jornalistas fossem cerceados em seu trabalho.

Não houve resposta.

Na terça à noite, após o episódio, Motta afirmou que agiu “rigorosamente” conforme mandam os protocolos de segurança e o regimento interno da Casa.

“Determinei, ainda, a apuração de todo e qualquer excesso cometido contra a cobertura da imprensa”, afirmou o presidente da Câmara.

Crítico de Motta, Glauber ocupou a cadeira da presidência e se recusou a sair após Motta anunciar que votaria nesta quarta o processo que pede a cassação do representante do PSOL por chutar um militante de direita que o perseguia nas dependências da Casa.

A imprensa foi retirada do plenário e não registrou imagens da expulsão do parlamentar. Apenas parlamentares tiveram acesso à cena e divulgaram vídeos da polícia retirando Glauber. O episódio foi criticado por entidades como Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e ANJ (Associação Nacional de Jornais).

A confusão da expulsão continuou pelo salão verde, com jornalistas, policiais e deputados em um tumulto com empurra-empurra e agressões.

Segundo deputados de esquerda, além de Glauber, foram agredidos os deputados Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Dorinaldo Malafaia (PDT-AP), Rogério Correia (PT-MG) e Célia Xakriabá (PSOL-MG). Os parlamentares fizeram exame de corpo de delito e registraram boletim de ocorrência.

A Fenaj e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) divulgaram nota repudiando a violência e o desligamento do sinal de TV. O texto também cobra responsabilização de Motta.

“A Fenaj e o SJPDF consideram extremamente grave o cerceamento ao trabalho da imprensa e à liberdade e ao direito de informação da população brasileira. Mais grave ainda são os episódios de agressões físicas a profissionais da imprensa, que levam informação sobre o funcionamento da Casa Legislativa à sociedade brasileira”, diz.

A Abraji manifestou solidariedade e mencionou agressões aos jornalistas Guilherme Balza, da Globo, e Carolina Nogueira, do Uol.

“A Abraji considera inaceitáveis a censura imposta à imprensa pela Câmara dos Deputados e a violência contra jornalistas e parlamentares. Uma sociedade democrática não pode apresentar espetáculos grotescos de autoritarismo como o presenciado no início da noite desta terça-feira, 9 de dezembro, na Casa do Povo”, diz.

Além da ANJ, a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) e a Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas) também assinam um texto afirmando que o corte do sinal de TV é incompatível “com o exercício da liberdade de imprensa”.

“A ANJ, Abert e Aner esperam a apuração de responsabilidades para que tais práticas de intimidação não se repitam e que sejam preservados os princípios da Constituição Brasileira, que veda explicitamente a censura”, diz.

*folhapress
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