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Foto: Ascom
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O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Paulo Jackson, afirmou que a Campanha da Fraternidade 2026 retoma um tema que, longe de apresentar avanços, demonstra agravamento no país: a situação da moradia e da casa comum. Segundo ele, a reflexão proposta para o próximo ciclo quaresmal ultrapassa a ideia de casa como simples construção física e amplia-se para um entendimento mais profundo e espiritual.
“E ao invés de melhorar, somente piorou, tivemos que voltar ao tema. A reflexão não é somente sobre a situação de uma casa física, com tijolo, carro e telha. É reflexão sobre a casa também enquanto lar, enquanto abrigo, proteção, espaço divino, espaço vital. Inclusive a casa no sentido mais amplo, a casa comum, o universo inteiro.”
Dom Paulo alerta para a gravidade do cenário habitacional brasileiro, lembrando que o déficit no país continua amplo e alarmante.
“Somos convidados a refletir sobre os grandes problemas habitacionais, o déficit habitacional que temos no nosso país, sobre as problemáticas das moradias insalubres e inadequadas. Ainda há uma imensidão de moradias no nosso país sem banheiro, sem água encanada, sem esgotamento sanitário adequado. Além do mais, os assentamentos, os loteamentos irregulares, as favelas que pegam fogo a cada semana. Então, temos uma problemática imensa vinculada à temática da moradia no país.”
O religioso também destaca que, enquanto cresce o número de famílias vulneráveis em habitações precárias, há outro movimento que evidencia ainda mais a desigualdade social.
“Ao lado disso, cada vez mais crescem os condomínios fechados e as pessoas de classe média e ricas cada vez mais se protegem e se trancam e se fecham, e se tornam na verdade prisioneiras nos seus condomínios luxuosos. Então, há de fato uma expressão profunda da desigualdade social do nosso país que se expressa na temática da moradia.”
A Campanha da Fraternidade 2026, portanto, propõe uma reflexão que une espiritualidade, responsabilidade social e conversão comunitária.
“A gente vai refletir sobre isso, inclusive também no processo de conversão quaresmal, para que a gente possa dar respostas a estas situações tão desafiadoras.”
Questionado sobre como a Igreja pretende atuar de forma prática diante do tema, Dom Paulo explica que o texto-base da campanha apresenta proposições claras, destinadas tanto ao poder público quanto às comunidades cristãs.
“Na parte do AGIR, do texto-base da Campanha da Fraternidade, há propostas para vários âmbitos. Há propostas para os poderes públicos, estaduais, federal e municipais. Mas há propostas concretas também para as comunidades eclesiais e para as pessoas individualmente.”
Ele reforça, ainda, que a CF é, antes de tudo, um chamado pessoal à vivência quaresmal. “A Campanha da Fraternidade, em primeiro lugar, é um convite à conversão pessoal. Então, diante desse tema, nós já somos convidados à via quaresma, com todas as práticas quaresmais: o jejum, a confissão sacramental, a penitência, fazer a via-sacra, as obras de misericórdia. Mas somos convidados a colocar um tema concreto também para a nossa conversão pessoal, que é o tema da moradia este ano.”
Para além da dimensão individual, Dom Paulo destaca que cada paróquia pode — e deve — assumir um gesto concreto.
“Para o nível comunitário, cada comunidade pode e deve pensar um gesto concreto para essa Campanha da Fraternidade. Por exemplo, várias paróquias restauram, refazem ou até constroem moradias para pessoas pobres, necessitadas, que não têm acesso.”
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