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Foto: Antonio Augusto/SCO/STF
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A vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio onde seu pai estava recolhido em regime domiciliar pretendia “reeditar acampamentos golpistas e causar caos social no Brasil”, afirmou o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ao decretar a prisão preventiva do ex-presidente neste sábado (22).
O senador havia convidado apoiadores para o ato um dia antes, na sexta (21), em publicação nas redes sociais. “Você vai lutar pelo seu país ou assistir tudo do celular aí no sofá da sua casa? Eu te convido pra lutar com a gente.
Nesse primeiro momento, a gente vai buscar o senhor dos exércitos”, anunciou o filho mais velho do ex-presidente.
O ato, segundo ele, começaria às 19h deste sábado em frente ao trevo de acesso ao condomínio onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar. “Vamos pedir a Deus que aplique a Sua Justiça aos que perseguem tanta gente inocente e ajudam os verdadeiros bandidos a se manterem no poder”, prosseguiu.
“A nossa pátria não vai continuar nas mãos de ladrões, bandidos e ditadores.”
Para o ministro, a convocação indicou a possibilidade de que o ato se estendesse durante dias, “de forma semelhante às manifestações estimuladas pela organização criminosa nas imediações de instalações militares, especialmente no final do ano de 2022, com efeitos, desdobramentos e consequências imprevisíveis”.
A menção se refere aos acampamentos ocorridos em frente a quartéis do Exército e aos protestos que bloquearam estradas nas semanas seguintes à vitória de Lula (PT) nas urnas. Na época, apoiadores do ex-presidente fizeram mais de 300 bloqueios em 25 estados e no DF (Distrito Federal).
Para Moraes, a convocação de Flávio “ignora sua responsabilidade como senador da República”.
“Primeiro, um dos filhos do líder da organização criminosa, Eduardo Bolsonaro, articula criminosamente e de maneira traiçoeira contra o próprio País, inclusive abandonando seu mandato parlamentar”, afirma trecho da decisão.
“Na sequência, o outro filho do líder da organização criminosa, Flávio Bolsonaro, insultando a Justiça de seu País, pretende reeditar acampamentos golpistas e causar caos social no Brasil”, continua.
Bolsonaro foi preso por volta das 6h, quando agentes da PF chegaram à residência dele em comboio com ao menos cinco carros. Foi levado cerca de 20 minutos depois para a Superintendência da PF, onde ficará preso em espaço com cama, banheiro privativo e uma mesa.
A defesa do ex-presidente declarou ter recebido a medida com “profunda perplexidade” e disse em nota distribuída ao final da manhã que vai “apresentar os recursos cabíveis”.
Na decisão de decretação de prisão, Moraes afirmou também que Bolsonaro violou tornozeleira eletrônica e citou casos de Alexandre Ramagem (PL-RJ), Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputados federais que deixaram o país em meio a investigações da PF.
Ele afirmou que os parlamentares “se valeram da estratégia de evasão do território nacional com objetivo de se furtar à aplicação da lei penal”.
* ANDRÉ FLEURY MORAES (FOLHAPRESS)
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