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Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
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Os Correios aprovaram nesta quarta (19) um plano de reestruturação financeira, com medidas que visam o equilíbrio fiscal da estatal em crise. O plano inclui empréstimo de R$ 20 bilhões, previsto para ser concluído até o fim de novembro, e até possíveis fusões ou aquisições, não detalhadas inicialmente.
Além do crédito, os Correios também devem buscar monetizar ativos e vender imóveis, que, segundo a empresa, podem render R$ 1,5 bilhão em receita. A estatal prevê ainda reduzir até mil pontos de atendimento que estão deficitários e revisão de gastos com pessoal.
Os Correios têm cerca de 10 mil unidades de atendimento. Dessas, 7.000 são próprias ou franqueadas. Do total, 85% eram deficitárias, segundo relatório da companhia de 2024.
Apesar do déficit líquido de R$ 4,5 bilhões no primeiro semestre, a empresa defende a universalização de serviços postais, que promovem a integração nacional, segundo afirmam em comunicado divulgado nesta sexta (21).
“O plano reafirma que os serviços postais universais são um compromisso estratégico e social inegociável”, disse em nota.
“Única empresa pública federal presente em todo território brasileiro, com atendimento universalizado, somente os Correios são capazes de conectar cada brasileiro, em qualquer município”, continua a empresa no comunicado.
O plano de reestruturação contempla três fases, segundo a empresa: recuperação financeira, consolidação e crescimento. Com o plano, os Correios afirmam que a meta é reduzir o déficit em 2026 e retornar à lucratividade em 2027.
Os recursos serão aplicados em uma série de medidas, que incluem a implementação de um programa de demissão voluntária e mudanças nos custos com plano de saúde.
A empresa também prometeu buscar a adimplência com 100% dos fornecedores, após queixas de atrasos no pagamentos. Também está prevista a “modernização e readequação do modelo operacional e infraestrutura tecnológica”.
A estatal sinalizou ainda a possibilidade de operar fusões, aquisições e outras reorganizações societárias, com objetivo de se fortalecer. Não foram informados detalhes sobre essa proposta.
O empréstimo dos Correios, antecipado pela Folha de S.Paulo, terá garantia do Tesouro Nacional e deve ser fatiado para atrair mais instituições financeiras, em um esforço para reduzir os custos da operação. Um sindicato de quatro bancos (Banco do Brasil, BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil) havia aceitado conceder o valor que a estatal pedia, mas com juros elevados.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, a estatal espera ainda desligar ao menos 10 mil empregados com o programa de demissão voluntária. Hoje, os gastos com pessoal na empresa, que tem cerca de 85 mil empregados, representam 72% do custo total dos Correios.
O programa para dispensar servidores seria lançado em duas etapas: uma primeira com critérios mínimos de idade e tempo de serviço e a segunda com metas específicas para áreas.
A companhia acumula prejuízos crescentes desde 2022. O rombo neste ano deve alcançar R$ 10 bilhões —no primeiro semestre, o saldo já ficou negativo em R$ 4,4 bilhões.
*LUANY GALDEANO/folhapress
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