Brasil

Saiba o que é um ciclone extratropical e qual sua relação com os tornados

Da Redação*
Publicado em 8 de novembro de 2025 às 13:30

ciclone paraná

Foto: reprodução vídeo

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A passagem de um ciclone extratropical pela região Sul do país deixou seis mortos no Paraná até este sábado (8). A maior parte das mortes foi registrada no município de Rio Bonito do Iguaçu, onde a formação de um tornado foi registrada.

Os efeitos do ciclone também foram sentidos em cidade do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, porém em menor escala. Na manhã deste sábado, ele se aproximava do litoral sul de São Paulo.

Ciclones extratropicais são frequentes no Atlântico Sul, atuam sobre grandes territórios e nem sempre produzem estragos como os são registrados desde esta sexta (7).

Já os tornados são mais raros, de efeito mais curto e mais violento.

A reportagem conversou com meteorologistas para explicar esses dois fenômenos e as relações entre eles.

O QUE É UM CICLONE EXTRATROPICAL?

É uma enorme área de baixa pressão atmosférica, que favorece a elevação do ar em direção ao céu e a formação de nuvens gigantes. Essa área de baixa pressão é formada pelo contraste de temperaturas.

Ela é chamada de “extratropical” porque ocorre fora dos trópicos, em médias e altas latitudes.

Por ser uma área com grande variação de temperatura, a região Sul do Brasil, assim como Argentina, Uruguai e Paraguai, é onde esse tipo de fenômeno se forma com frequência. Nessa região ocorre o encontro das massas de ar frio e quente, que vêm do polo Sul e da Amazônia, respectivamente.

Ciclones como o que ocorre neste sábado se formam sobre o continente e se movem em direção ao oceano. Por onde passa, o fenômeno provoca chuva e vento fortes. O sentido de rotação dos ventos é horário —no hemisfério Norte, os ciclones giram no sentido contrário.

QUANTO TEMPO DURA UM CICLONE EXTRATROPICAL?

Depende da velocidade com que ele se afasta. Há fenômenos com duração de algumas horas e outros que podem durar de 2 a 3 dias.

O ciclone observado neste fim de semana se moveu numa velocidade acima da média, segundo o meteorologista Tomás Garcia, do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Prefeitura de São Paulo.

“Não é comum uma instabilidade percorrer, com a mesma energia praticamente, em menos de 24 horas, o Rio Grande do Sul [e chegar] até o Paraná”, disse o meteorologista.

O QUE É UM TORNADO?

É uma nuvem em formato de funil ou tromba, que se conecta com uma nuvem de tempestade maior. Eles são menores em tamanho —têm diâmetros de algumas dezenas de metros, normalmente— e duram por alguns minutos.

O tornado pode se formar numa circunstância de ciclone extratropical, mas não se restringe a esse tipo de situação. Outros tipos de tempestade também podem levar à formação de tornados.

“Aqui no Rio Grande do Sul tem uma estatística que fala que a cada cem nuvens de tempestade, uma pode dar origem a um tornado”, diz a meteorologista Estael Sias, da MetSul.

Como se viu em Rio Bonito do Iguaçu (PR), apesar de normalmente terem curta duração, os tornados têm maior potencial destrutivo pois provocam rajadas de vento mais intensas. “O tornado e muito mais mortal do que o furacão ou ciclone”, afirma Garcia.

QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE UM TORNADO?

O tornado também se forma quando há choque de massas de ar quente e frio. Quando há grande variação de temperatura em mais de uma direção.

“Basta que haja severidade na atmosfera. É o que a gente chama de ‘cisalhamento’, que o vento tenha direções diferentes, intensidades diferentes de acordo com a altitude”, explica Sias, da MetSul.

“Se existe um contraste térmico, isso pode gerar uma grande instabilidade, inclusive tornados como o que ocorreu ontem”, diz Garcia, do CGE.

QUAIS OUTROS FENÔMENOS O CICLONE PODE PROVOCAR?

Segundo a Defesa Civil de São Paulo, o ciclone extratropical pode provocar chuvas intensas e rajadas de ventos perigosas, além de queda de granizo e microexplosões atmosféricas pontuais —correntes de ar intensas dentro de uma tempestade, em direção ao solo, chamadas também de “downbursts”.

A recomendação é evitar áreas arborizadas, não estacionar veículos sob árvores, recolher objetos soltos em varandas e quintais, evitar áreas abertas durante a incidência de raios e nunca atravessar áreas alagadas.
Segundo o CGE, embora a maior parte da chuva já tenha ocorrido durante a madrugada deste sábado (8), ainda pode haver ventania forte na capital até o fim da tarde.

* FOLHAPRESS

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