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Mulher de ex-procurador-geral do INSS fica em silêncio na CPMI

Da Redação com Agência Brasil
Publicado em 23 de outubro de 2025 às 17:56

careca do inss

Foto: Linkedin/Reprodução

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A esposa do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho {foto}, Thaisa Hoffmann Jonasson, ficou em silêncio durante quase todo o seu depoimento hoje (23) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Dona de empresas de consultoria, ela é apontada por integrantes do colegiado como laranja do esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas.

Amparada por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Thaisa usou o direito de não responder perguntas que pudessem levá-la a uma autoincriminação. Sua advogada, Izabella Hernandez Borges, esclareceu que Thaisa não aceitaria o compromisso de dizer a verdade por figurar como investigada, inclusive por ter sido feito um pedido de prisão preventiva.

Careca do INSS
A suspeita movimentou pelo menos R$ 18 milhões oriundos do esquema. As investigações apontam que a maior parte dos recursos foi paga pelo lobista lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, que teria movimentado R$ 2 bilhões nas fraudes.

O parlamentar indicou que as fraudes consistiam na falsificação de autorização de idosos para que se tornassem mensalistas de serviços prestados por determinadas associações e sindicatos. Acordos com o INSS eram usados irregularmente para descontar automaticamente mensalidades das aposentadorias e pensões.

“É uma pena que a senhora saia desta CPMI como lavadora de dinheiro dos aposentados e pensionistas. A senhora perdeu uma grande oportunidade de mostrar que não recebeu propina para o seu marido, como procurador-geral do INSS” afirmou o relator.

Pagamento
Em uma das poucas respostas, Thaisa Jonasson disse ter recebido o dinheiro de três empresas do Careca do INSS como pagamento por serviços de pareceres médicos. Médica endocrinologista, a convocada afirmou que entregará à comissão documentos que comprovam os serviços prestados a partir de 2022.

“Vou dar um exemplo: se o paciente souber uma das causas da osteoporose, como a baixa massa muscular, posso tratar esse idoso com dieta adequada e exercício físico. O meu objetivo é trazer essa informação de maneira muito mais detalhada para que o idoso possa ter qualidade de vida”, explicou.

O relator da CPMI apontou reportagem que acusa Thaisa e o marido de negociarem um imóvel de R$ 28 milhões em Santa Catarina. Gaspar citou ainda relatos de que Virgílio de Oliveira Filho teria comprado um carro Porsche, entre outros veículos de luxo, após a deflagração da Operação Sem Desconto, em abril de 2025. Os valores são incompatíveis com o cargo de servidor público de Ribeiro, avaliou o deputado.

Imóvel em Camboriú
Para o presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG), a depoente foi bem instruída pela defesa.

“Ela tem o direito de ficar em silêncio, mas os fatos já são por si só reveladores da situação: o marido procurador do INSS e comprar um dos imóveis por 28 milhões em um endereço dos mais caros do Balneário Camboriú”, disse.

Na tarde desta quinta-feira, em Brasília, a CPMI ouvirá o depoimento do companheiro de Thaisa, o ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho. As apurações indicam que Oliveira Filho, afastado do cargo por decisão judicial em abril, teria recebido R$ 11,9 milhões de empresas ligadas a associações investigadas por descontos irregulares em benefícios previdenciários.

* Com informações da Agência Senado

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