Brasil

Banco Itaú monitora funcionários e demite cerca de mil por produtividade

Da Redação*
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 20:18

banco itaú

Foto: Divulgação

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Cerca de mil funcionários do Itaú Unibanco foram demitidos nesta segunda-feira (8), de acordo com estimativa do Sindicato dos Bancários.

Foram dispensados trabalhadores de diversos setores sob a justificativa de incompatibilidades entre a marcação de ponto e a atividade registrada nas plataformas de trabalho durante o home office.

Ou seja, segundo o Itaú, as horas trabalhadas de fato eram inferiores às registradas.

Procurado, o banco não informou a quantidade de demitidos, mas disse que os desligamentos são “decorrentes de uma revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada”.

“Em alguns casos, foram identificados padrões incompatíveis com nossos princípios de confiança, que são inegociáveis para o banco. Essas decisões fazem parte de um processo de gestão responsável e têm como objetivo preservar nossa cultura e a relação de confiança que construímos com clientes, colaboradores e a sociedade”, completou o Itaú, em nota.

Ao todo, o Itaú tem aproximadamente 100 mil funcionários. Muitos deles trabalham de forma híbrida, com alguns dias da semana indo presencialmente ao escritório e outros em home office. Em ambos, é necessário bater ponto de entrada e saída.

A reportagem apurou que o banco monitora as atividades de seus contratados nas máquinas e nos softwares do Itaú.

A produtividade do funcionário também é medida por meio da memória em uso, quantidade de cliques, abertura de abas, inclusão de tarefas no sistema, criação de chamados etc.

Comparando a atividade no computador com a jornada registrada pelo trabalhador por meio do ponto, o banco encontrou descasamentos que geraram a demissão sem justa causa ou em, alguns casos, advertência.

Alguns demitidos dizem que a acusação não procede e afirmam que muitos tinham avaliações positivas e, inclusive, obtiveram promoções. Eles também afirmam que o banco não apresentou as métricas de telemetria que resultaram em demissão. São citados, porém, casos de colegas demitidos que de fato não eram ativos durante o home office.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região diz repudiar as demissões.

“É inaceitável que uma instituição que registra lucros bilionários promova demissões em massa sob a justificativa de ‘produtividade’. Os avanços tecnológicos e os ganhos decorrentes da digitalização poderiam ser revertidos em melhores condições de trabalho e em emprego decente. No entanto, enquanto os trabalhadores são sacrificados, os acionistas seguem acumulando ganhos recordes”, diz a entidade em nota à imprensa.

O sindicato também afirmou que não foi procurado para discutir alternativas de recolocação desses funcionários em outras áreas.

“O sindicato seguirá cobrando do Itaú responsabilidade social, diálogo e compromisso com os trabalhadores e vai intensificar os protestos contra as demissões.”

*JÚLIA MOURA/folhapres

 

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