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Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
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Às vésperas da provável condenação de Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista, o presidente Lula (PT) deu início pouco depois das 9h deste domingo (7) ao desfile do 7 de setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Ao lado de ministros, o governo explora o mote “Brasil Soberano”.
Diferentemente de 2024, quando 6 dos 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) estiveram ao lado de Lula no palanque das autoridades, inclusive Alexandre de Moraes, desta vez nenhum dos ministros apareceu no evento oficial.
O governo estabeleceu três eixos para a celebração deste domingo, as temáticas “Brasil dos Brasileiros” “Brasil do Futuro” e a COP30, conferência climática da ONU que será realizada em novembro, em Belém.
No evento, antes do começo dos desfiles, foram distribuídos bonés com o tema Brasil Soberano, ao som de uma música gravada para o 7 de Setembro pela ministra Margareth Menezes (Cultura).
O tema, elaborado pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), se alinha ao novo slogan da gestão, “do lado do povo brasileiro”, divulgado no final de agosto em um contexto de conflito e ameaças comerciais e diplomáticas dos EUA ao Brasil.
video: X/PR
Ao longo da semana, cartazes exibindo a mensagem para a data substituíram os exibidos anteriormente nos prédios dos ministérios na Esplanada, que citavam ações do governo Lula até o momento (fruto da campanha anterior “Brasil Dando a Volta por Cima”).
Além de Lula e do vice-presidente, Geraldo Alckmin, também acompanham o desfile o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, não compareceu.
A maior parte dos ministros do governo estiveram presentes, entre eles, Ricardo Lewandowski (Justiça), Jorge Messias (AGU), Marina Silva, José Múcio (Defesa), Rui Costa (Casa Civil), Márcio França (Microempreendedorismo), Anielle Franco (Igualdade Racial), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Sidônio Palmeira (Secom).
Os ministros vinculados ao União Brasil e Progressistas, partidos que orientaram a seus filiados que abrissem mão dos cargos no governo, também participaram: André Fufuca (Esportes), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Celso Sabino (Turismo) -este último fazia uso do boné com o tema Brasil Soberano.
Parte dos espectadores que acompanham o desfile das arquibancadas gritava “sem anistia”, em referência aos envolvidos no 8 de janeiro de 2023.
Como costuma acontecer anualmente, o presidente usou cadeia de rádio e TV, na véspera do evento.
video: X/PR
No pronunciamento de sábado, Lula defendeu a soberania e mandou recados para o seu antecessor e para o presidente dos EUA, Donald Trump. Sem citar nominalmente, acusou Bolsonaro e aliados de serem “traidores da pátria”.
“É inadmissível o papel de alguns políticos brasileiros que estimulam os ataques ao Brasil. Foram eleitos para trabalhar pelo povo brasileiro, mas defendem apenas seus interesses pessoais. São traidores da pátria. A história não os perdoará.”
Neste domingo, apoiadores de Bolsonaro fazem atos em várias capitais do país, inclusive Brasília.
Tramita no Congresso projeto que visa anistiar militares e demais participantes dos ataques de 8 de janeiro de 2023 -o que também beneficiaria o ex-presidente. Bolsonaro está em prisão domiciliar enquanto aguarda a data de seu julgamento. Caso condenado, as penas podem chegar
Segundo auxiliares do Planalto, a estratégia de usar uma mensagem nacionalista é uma maneira de o governo reafirmar as bandeiras do patriotismo e da defesa da nação, que eram atreladas ao bolsonarismo nos últimos anos.
Até o momento, a postura dos membros do governo vinha sendo a de tentar evitar a aprovação da anistia no Congresso. No entanto, o ministro da Defesa, José Múcio, adotou um tom menos combativo que o presidente, ao afirmar, na última sexta-feira (5), que a deliberação sobre o tema caberia ao Legislativo, e que o momento exigia união para “construir o país”. A fala foi feita após almoço entre ele, Lula e demais autoridades das Forças Armadas.
Em seu pronunciamento para o dia da Independência de 2024, Lula já havia incluído dizeres em torno da soberania nacional e das instituições democráticas. Na época, o discurso estava vinculado à defesa das instituições com alusões diretas ao 8 de janeiro.
“Nenhum país é de fato independente quando tolera ameaças à sua soberania. Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira. Nossa soberania não está à venda.
Nenhum país do mundo é de fato independente quando seu povo perde esperança. Por isso, comemoramos a volta da capacidade de sonhar da nossa juventude, graças à geração de oportunidades para todos e todas”, declarou à época.
No ano passado, o lema da celebração do 7 de setembro foi “Democracia e Independência – É o Brasil no rumo certo”. O mote focava em uma mensagem de respeito aos Poderes e contra extremismos. O conflito que permeava o momento era outro, dessa vez, com um embate entre o empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter) com o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que exigia o enquadramento da rede à legislação brasileira para funcionar devidamente.
*MARIANA BRASIL, CÉZAR FEITOZA E GUILHERME SETO/folhapress
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