Brasil

Igreja Católica reconhece duas curas como milagres de Carlo Acutis

Da Redação*
Publicado em 6 de setembro de 2025 às 12:12

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Foto: ascom-vaticano

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O processo para a Igreja Católica reconhecer um santo não é fácil. O candidato precisa ser aprovado em quatro etapas, nas quais os representantes da Igreja precisam verificar se ele teve uma vida digna de um santo, se é reconhecido pela comunidade como tal, se viveu as virtudes de fé, esperança e caridade de forma heroica e se há ao menos dois milagres atribuídos a ele.

Esse processo pode se prolongar por décadas. No entanto, no caso do italiano Carlo Acutis, que será canonizado neste domingo (7) pelo papa Leão 14, foram necessários apenas 12 anos desde o primeiro feito que a Igreja reconhece como milagre até ser declarado o primeiro santo millennial.

Também neste domingo, o papa canoniza outro italiano, Pier Giorgio Frassati, que teve um processo muito mais longo. Ele morreu em 1925, aos 24 anos, de poliomielite.

No caso de Acutis, seus dois milagres, segundo a Igreja, foram reconhecidos rapidamente, em 2020, quando se tornou beato, e em 2024, que o levou à canonização.

PRIMEIRO MILAGRE: A CURA DO BRASILEIROS MATHEUS VIANNA

O primeiro feito que a igreja reconhece como milagre de Carlo Acutis envolveu o brasileiro Matheus Vianna, diagnosticado com um problema congênito no pâncreas aos 2 anos de idade, que não o deixava se alimentar direito.

Tudo o que comia ele vomitava.

Desde que nasceu, em Campo Grande (MS), a família percebeu que nada parava em seu estômago. Mas como o irmão mais velho dele, Ângelo, tem intolerância a lactose, pensaram que esta também era a condição de Matheus.

Nos dois anos seguintes, os pais o levaram ao hospital ao menos uma vez por semana. Devido ao problema, ele estava sempre com anemia, desnutrição e desidratação, e precisava tomar soro para se recuperar.

Após muita investigação, os médicos identificaram o problema como pâncreas anular, uma anomalia congênita que faz o pâncreas crescer de forma anormal, envolvendo o duodeno e provocando sua obstrução, devido à compressão do intestino por fora. Assim, nenhum alimento consegue passar do estômago para o intestino.

Esses casos são tratados com cirurgia. No entanto, Matheus estava muito magro e fraco, e não conseguiria suportar o procedimento.

Foi então que no dia 12 de outubro de 2013 a família o levou à missa na comunidade Nossa Senhora Aparecida, onde naquele dia seria realizada uma celebração em homenagem a Carlo Acutis e um pedaço da camiseta dele, trazido para o Brasil por um padre, estava exposto como relíquia para a veneração dos devotos, que poderiam tocá-lo para fazer seus pedidos.

“O Matheus estava no meu colo quando ele tocou o pedaço de roupa do Carlo Acutis e falou ‘para de vomitar’. Foi muito nítida a fala dele, o pedido. Me emocionei muito”, recorda a avó Solange Maria do Prado Lins Vianna.

Ao voltarem para casa, Matheus pediu para comer arroz, feijão, bife e batata frita. Comeu aquele dia e não vomitou. E também não vomitou nos dias seguintes. A família o levou para fazer um exame de ultrassonografia e o problema de saúde não existia mais, para a surpresa de todos, principalmente, dos médicos.

Segundo o Vaticano, essa cura foi minuciosamente investigada pelas autoridades da Igreja e considerada inexplicável do ponto de vista médico, cumprindo os rigorosos critérios para um milagre exigidos no processo de canonização. Acutis, então, passou a ser beato, a terceira etapa do processo, com a qual a Igreja autoriza que ele seja venerado pelos devotos em um culto.

SEGUNDO MILAGRE: A CURA DA COSTARRIQUENHA VALERIA VALVERDE

No dia 2 de julho de 2022, a costarriquenha Valeria Valverde, então com 21 anos, sofreu um grave acidente de bicicleta em Florença, Itália, que resultou em um traumatismo craniano com hemorragia grave, quase provocando sua morte. Ela precisou passar por uma cirurgia de emergência, mas continuou em condição crítica, podendo morrer a qualquer momento.

Especialistas diziam que a jovem tinha poucas chances de sobreviver e, se sobrevivesse, ficaria com sequelas irreversíveis, devido à extensão do ferimento no cérebro.

Como o quadro clínico de Valeria não melhorava, a mãe dela, Liliana, viajou até a cidade de Assis seis dias após o acidente para pedir fervorosamente pela intervenção de Carlo Acutis, ao lado de seu túmulo.

No mesmo dia, Valeria começou a respirar sem a utilização de aparelhos, e, no dia seguinte, os movimentos de seus membros superiores e a fala foram restaurados.

Dez dias depois, ela recebeu alta da UTI (unidade de terapia intensiva) e passou por novos exames, que revelaram que as contusões em seu cérebro haviam desaparecido completamente. Contrariando as previsões médicas, ela precisou de apenas uma semana de fisioterapia, e em 2 de setembro de 2022, dois meses após seu acidente, celebrou sua cura completa com sua mãe no túmulo de Acutis, em Assis.

Após investigação rigorosa, em 23 de maio de 2024 o papa Francisco reconheceu o milagre, cumprindo a última etapa para tornar Carlo Acutis santo.

* CLAUDINEI QUEIROZ (FOLHAPRESS)

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