Brasil

CPI do INSS: presidente Lula reúne equipe para alinhar discurso

Da Redação*
Publicado em 26 de agosto de 2025 às 11:24

reunião de lula com ministros

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo

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O presidente Lula (PT) reúne auxiliares nesta terça-feira (26) para uma reunião ministerial sob a expectativa de um alinhamento do discurso do governo e orientações sobre as prioridades no Congresso Nacional neste ano.

Segundo um auxiliar do petista, a ideia é que essa seja uma reunião para reforçar a necessidade de ações concretas e não para a apresentação de balanços.

Ele lembra que a última reunião ministerial ocorreu em janeiro e, desde então, as diretrizes do governo foram alteradas por fatos como o tarifaço de Donald Trump, a crise com o Congresso após derrubada de decreto sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o escândalo de descontos ilegais no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Outro integrante do Planalto diz que o encontro servirá para discutir a conjuntura política nacional e internacional, sobretudo com foco nos efeitos do tarifaço, além de estabelecer uma linha de discurso única do governo.

Um ministro afirma também que considera a reunião importante para que sejam traçadas estratégias para consolidar a tendência de melhora da popularidade do presidente, registrada em levantamentos recentes.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira (20) mostrou que a gestão petista alcançou 31% de avaliação positiva, contra 39% de negativa -em rodada anterior da pesquisa, em julho, Lula tinha 28% de avaliação positiva e 40% de negativa.

Esse aliado do presidente diz que é preciso aproveitar um momento que seria de divisão na direita, às vésperas do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no STF (Supremo Tribunal Federal), para reforçar temas dos quais o governo tem tratado recentemente e tem encontrado respaldo na sociedade –como a defesa da soberania nacional e a justiça tributária, com a retórica adotada por integrantes do governo de que é preciso cobrar dos ricos em favor dos pobres.

A expectativa é que os ministros Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda) façam pequenas falas no encontro nesta terça, além do próprio Lula. A previsão é de início às 9h.

O presidente deverá reforçar a cobrança a seus ministros por entregas de políticas públicas e inauguração de obras, voltando a dizer que este ano é o “ano da colheita” de seu governo.

Rui Costa, por exemplo, deverá apresentar um panorama geral das ações do governo, incluindo o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Sidônio deve reforçar a ideia de um alinhamento da comunicação entre as pastas, para evitar crises e ruídos, enquanto Gleisi deverá listar a prioridade do Executivo no Congresso Nacional neste semestre.

Após o governo ter sofrido grande derrota com a reviravolta na CPMI do INSS, que levou a oposição a ocupar os principais postos do colegiado, a ideia é que Gleisi possa orientar os demais ministros a atuar pela defesa de matérias consideradas prioritárias até o fim do ano.

Entre as prioridades do Executivo estão a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Segurança Pública, o projeto que isenta o pagamento de IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000 e as propostas que tratam da regulação das big techs -a ideia é que as diretrizes gerais desses textos possam ser apresentadas no encontro.

A reunião desta terça também ocorre em meio a uma série de encontros entre o presidente e lideranças de partidos da base aliada, numa tentativa de diálogo do petista com essas siglas.

Lula esteve recentemente com as cúpulas do PSD, MDB, União Brasil e Republicanos -todas legendas que, apesar de terem representantes na Esplanada, indicaram que devem apoiar candidaturas da centro-direita em 2026.

O encontro é o segundo realizado pelo governo federal com todos os integrantes da Esplanada neste ano.

Na primeira reunião, que durou sete horas, o presidente disse que a campanha eleitoral de 2026 já tinha começado e que ele não queria entregar o país “de volta ao neonazismo”, em referência à gestão de seu antecessor. O petista também deu bronca em Haddad, após a crise do Pix, e sinalizou que queria aumentar o controle sobre atos dos ministérios.

No encontro de janeiro, havia expectativas de trocas no comando de várias pastas e era aventada a possibilidade de uma grande reforma ministerial -o que não acabou se concretizando. De lá para cá, o governo já substituiu Cida Gonçalves, do Ministério das Mulheres, Juscelino Filho, das Comunicações, Nísia Trindade, da Saúde, e Carlos Lupi, da Previdência.

De acordo com relatos, deverão ocorrer novas reuniões (ainda sem datas marcadas) daqui para frente entre o petista e ministros, divididos por áreas temáticas, para apresentar resultados e propostas de cada pasta com mais detalhamento.

*VICTORIA AZEVEDO E MARIANA BRASIL/Folhapress

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