Brasil

Prisão domiciliar de Bolsonaro: o que a população acha? Veja pesquisa

Da Redação*
Publicado em 14 de agosto de 2025 às 11:54

2024 jair bolsonaro

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Nova pesquisa do Datafolha mostra que 51% dos brasileiros concordam com a prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A maioria, 53%, considera que o magistrado vem agindo dentro da lei.

Foi o que aferiu o instituto na segunda-feira (11) e na terça (12), quando foi a campo e ouviu 2.002 pessoas com mais de 16 anos em 113 municípios. A margem de erro global do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

No dia 4, Moraes determinou a prisão domiciliar do político por considerar que ele havia desrespeitado uma das medidas cautelares que haviam sido definidas pelo magistrado, de não se pronunciar por redes sociais de terceiros, ao participar virtualmente de ato em seu favor na véspera.

O ex-presidente aguarda julgamento, que deve começar em setembro, sob a acusação de tramar um golpe de Estado para ficar no poder após a derrota para Lula (PT) na eleição de 2022. Nesta quarta (13), a defesa dele apresentou as alegações finais no processo.

Segundo a pesquisa Datafolha, a prisão chegou aos ouvidos de 87% dos eleitores, com 30% deles se dizendo bem informados, 42%, mais ou menos, e 15%, com poucos dados.

Entre os ouvidos, 42% dizem discordar da prisão. Outros 4% não souberam opinar e 3% se mostraram indiferentes ao tema.

Bolsonaro nega as acusações e diz ser um perseguido político, versão que sensibilizou o presidente Donald Trump, por meio de uma campanha liderada nos Estados Unidos por Eduardo, deputado e filho do ex-presidente brasileiro.

O americano puniu o Brasil com tarifas de importação de 50%, cassou o visto de Moraes e outros ministros do Supremo, além de incluir o relator do caso do golpe em uma lista de pessoas sob sanções econômicas draconianas, por meio da Lei Magnitsky. Ele acusa Moraes de ferir direitos humanos.

Os eleitores brasileiros discordam de tal avaliação, em sua maioria (53%). Já 39% acreditam que o magistrado persegue Bolsonaro por razões políticas. Outros 7% não deram sua opinião —os 100% não são atingidos por uma questão de arredondamento de números.

Para 43%, o Judiciário trata Bolsonaro pior do que outros políticos, enquanto 37% consideram que o faz de forma igual. Outros 13% veem a Justiça tratando o ex-presidente melhor que seus pares, enquanto 7% não opinaram.

As avaliações colhidas pelo Datafolha são homogêneas, com algumas variações que acabam caindo dentro das margens de erro ampliadas de segmentos específicos. Jovens de 16 a 24 anos, por exemplo, aprovam mais a prisão (60%), mas a banda variável do estrato é de seis pontos para mais ou menos.

O mesmo ocorre no Sul, onde é vista uma inversão da opinião plausível dado o caráter de reduto bolsonarista da região. Lá, 51% dizem que a prisão foi injusta e 43% concordam com ela, mas a margem é de cinco pontos.

A aprovação da medida espelha aproximadamente a percepção do eleitorado quando o atual presidente, Lula, teve a prisão determinada em abril de 2018. Uma semana depois, o Datafolha foi às ruas e mostrou que 54% consideravam a medida justa e 40%, o contrário, com 6% evitando opinar.

A diferença é que ali estava sendo cumprida uma sentença judicial confirmada em duas instâncias (requisito na época para mandar alguém para a cadeia). Lula acabou saindo da prisão 580 dias depois pela mudança nessa regra e, depois, viu o processo de corrupção pelo qual havia sido condenado anulado.

Em relação à eventual prisão de Bolsonaro por conta do golpismo apontado pela Procuradoria-Geral da República, o Datafolha havia questionado o eleitorado numa outra pesquisa, feita no final de julho.

Acerca dessa hipótese, havia um cisma entre os ouvidos. Queriam ver o ex-presidente preso 48%, ante 46% que o desejavam livre. Ainda assim, 51% afirmavam duvidar que a detenção fosse ocorrer ao fim do processo.

No mesmo levantamento, 55% se diziam favoráveis às medidas cautelares que haviam sido receitadas por Moraes, cujo descumprimento levou à prisão domiciliar. Elas integravam um conjunto de restrições após o ministro identificar que Bolsonaro poderia tentar deixar o país, em meio ao início da campanha de Trump em seu favor e contra o Judiciário.

*IGOR GIELOW/Folhapress

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