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Foto: Divulgação/ CanalGOV
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O presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira (14) que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) está “traindo o país” e defendeu a cassação dele.
“Ele [o ex-presidente Jair Bolsonaro] mandou o filho para os EUA. Filho que é deputado federal e vocês [deputados] têm que pedir a cassação dele porque ele está traindo o país. Esta é a verdadeira traição da pátria. Ele foi para lá para instigar os americanos contra nós. Não dá para a gente ficar quieto”, disse Lula, durante discurso em Pernambuco.
O presidente participava da cerimônia de inauguração da Fábrica de Hemoderivados da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia), na cidade de Goiana, Zona da Mata Norte pernambucana.
Durante seu discurso, Lula criticou o tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump e disse que o Brasil e os americanos têm uma longa relação diplomática. “O Trump fez uma insensatez com o Brasil. Porque nós somos parceiros deles há 200 anos, nossa relação diplomática é muito antiga. Não é de hoje”, disse.
O mandatário também falou que Jair Bolsonaro “está sendo julgado porque os comparsas dele delataram ele” e que o ex-presidente precisa “parar de resmungar”.
“A segunda coisa que ele [Trump] disse é que nós estamos perseguindo o ex-presidente, que aqui no Brasil não tem direitos humanos. Tão bonzinho que ele [Bolsonaro] era… É importante ficar claro: não tem nenhuma acusação de nenhum opositor ao ex-presidente. Ele está sendo julgado pelas mazelas que ele fez, pela tentativa de golpe, pela preparação do assassinato ao presidente Lula, ao vice Alckmin, ao Alexandre de Moraes”, continuou.
“Também não aceitamos dizer que no Brasil não tem direitos humanos por causa dele [Bolsonaro]. Ele deveria ser julgado em um tribunal internacional pela quantidade de mortes da Covid que ele tem responsabilidade. Pelo menos 300 mil mortes é da irresponsabilidade dele, de receitar remédio que não prestava para nada, de dizer que quem tomava vacina virava gay, virava jacaré”, afirmou Lula, que foi aplaudido pelo público.
Além de Goiana, o presidente tem outras duas agendas em Pernambuco nesta quinta-feira. À tarde, ele visita um hospital particular no Recife, onde deve fazer anúncios no âmbito do programa Agora Tem Especialistas, e também participa da entrega de títulos de regularização fundiária em Brasília Teimosa, na zona sul do Recife.
Segundo o governo federal, a nova planta industrial vai produzir, a partir do plasma humano, medicamentos de alto custo, como Albumina, Imunoglobulina e Fatores de Coagulação VIII e IX, usados no tratamento de queimados graves, pacientes de UTIs, hemofilias, doenças raras e em grandes cirurgias. O investimento foi de R$ 1,9 bilhão.
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), não compareceu ao evento em Goiana e não deve acompanhar Lula no Recife. Ela está no interior em compromissos oficiais. Em outras ocasiões, Raquel adiou agendas para poder estar junto com Lula. No lugar de Raquel, a vice-governadora Priscila Krause (PSD) foi a responsável por representar o governo estadual.
Nos bastidores, a ausência é interpretada pelo PT como um recado sobre as eleições de 2026. Para petistas, Raquel não irá apoiar a reeleição de Lula. Enquanto isso, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), que deve ser o candidato apoiado por Lula para governador em 2026, acompanha o presidente inclusive em Goiana.
Antes cidade dependente da cana-de-açúcar, Goiana é um dos principais polos de desenvolvimento de Pernambuco, após a instalação das fábricas da Hemobrás e do polo automotivo, como a fábrica de carros da Jeep.
Estatal vinculada ao Ministério da Saúde, a Hemobrás foi criada em 2004 para reduzir a dependência externa do Brasil no setor de derivados do sangue. Hoje, de acordo com o governo federal, a Hemobrás recolhe plasma excedente de 72 hemocentros públicos e serviços de hemoterapia no país.
O insumo, que atualmente é enviado para processamento no exterior, passa a ter maior parcela de produção no território nacional, ainda segundo o governo federal.
A fábrica inaugurada nesta quinta permite que o Brasil produza, em quatro anos, até 500 mil litros de plasma fracionado por ano e seis tipos de medicamentos.
*CATARINA SCORTECCI E JOSÉ MATHEUS SANTOS/folhapress
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