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Francisco não estava em lista dos mais cotados para papa em 2013

Da Redação*
Publicado em 23 de abril de 2025 às 15:11

papa Francisco

Foto: Vatican Media/Divulgação

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Morto na última segunda-feira (21), aos 88 anos, o papa Francisco deixa um legado marcado pela tentativa de reformar a Igreja Católica e aproximá-la dos pobres e das periferias. Mas sua eleição, ocorrida em março de 2013, não era esperada: o então arcebispo de Buenos Aires não figurava na lista de considerados favoritos no conclave que sucedeu a histórica renúncia de Bento 16.

O principal nome era o do italiano Angelo Scola, bispo de Milão, que contava com amplo apoio entre cardeais de seu país. Teólogo respeitado e ligado ao movimento Comunhão e Libertação, Scola, então com 71 anos, era visto como uma opção de continuidade, alinhada com as ideias conservadoras de Bento 16.

Sua candidatura parecia ser a mais natural, dada sua influência na Igreja e sua proximidade com o Vaticano. À época houve relatos na imprensa de que ele teria ficado em segundo lugar na disputa, algo que não pode ser verificado de forma independente, pois as cédulas de papel são queimadas a cada votação, e não há divulgação oficial dos votos.

Além de Scola, outros nomes eram apontados como potenciais sucessores de Bento 16. O cardeal brasileiro Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, era considerado uma figura moderada, com forte apoio no continente americano e no Vaticano. Sua candidatura refletia a tentativa de representar a Igreja em uma região cada vez mais relevante, dada a grande quantidade de católicos na América Latina.

Os cardeais Marc Ouellet, ex-prefeito da Congregação para os Bispos, e Timothy Dolan, arcebispo de Nova York, também estavam entre os favoritos. Ouellet, com forte experiência administrativa, contava com apoio em várias regiões do mundo, especialmente na América do Norte, enquanto Dolan era um líder carismático amplamente respeitado nos Estados Unidos.

Apesar de representarem linhas mais tradicionais, ambos traziam consigo uma forte base de apoio dentro da Igreja, com Ouellet refletindo uma visão pastoral e Dolan destacando-se pela capacidade de comunicação e liderança. Anos depois, Ouellet renunciaria ao posto de prefeito do Dicastério para os Bispos, no Vaticano, após ser acusado de assédio sexual, o que ele negou.

No entanto, segundo os relatos da época, a fragmentação de votos entre esses cardeais e a falta de um consenso claro entre os blocos mais tradicionais abriram espaço para a ascensão de Jorge Mario Bergoglio. O cardeal argentino, até então considerado uma escolha improvável, passou a ser visto como uma alternativa de consenso, unificando os votos dos insatisfeitos com as opções mais tradicionais.

BLOCO REFORMISTA BUSCOU ALTERNATIVA DE FORA DA EUROPA
O conclave de 2013 reuniu 115 cardeais eleitores (com menos de 80 anos) na Capela Sistina. A definição do novo papa, conduzida em sigilo absoluto, exigia ao menos 77 votos (dois terços do total).

A eleição de Bergoglio se consolidou no segundo dia, após cinco votações. À medida que os favoritos perdiam força, o cardeal argentino passou a ser visto como uma alternativa de compromisso. Seu perfil jesuíta, sua ênfase em temas sociais e sua origem fora do eixo Europa-EUA contribuíram decisivamente para sua ascensão como candidato de consenso.

Primeiro papa latino-americano e primeiro jesuíta a assumir o trono de Pedro, Francisco inaugurou seu pontificado com um gesto de humildade: antes de abençoar os fiéis, pediu que fosse abençoado por eles. Seu papado de 12 anos ficou marcado por iniciativas voltadas à descentralização da Igreja, ao combate à pedofilia no clero e à defesa do meio ambiente.

Nos últimos anos, também adotou posições firmes em questões geopolíticas. Durante a mais recente escalada de violência entre Israel e Hamas, Francisco pediu reiteradamente um cessar-fogo imediato e a abertura de corredores humanitários em Gaza. Em discursos no Vaticano, expressou solidariedade às vítimas palestinas e condenou o uso da força desproporcional, pedindo que se buscasse “diálogo, não armas” para resolver o conflito no Oriente Médio.

*folhapress

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