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‘Daqui a guerra parece ainda mais absurda’, diz Papa Francisco em mensagem do hospital

Da Redação*
Publicado em 2 de março de 2025 às 14:04

papa Francisco

Foto: Vatican Media/Divulgação

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A saúde do papa Francisco está estável e ele teve mais uma noite tranquila no hospital Gemelli, em Roma, afirmou o Vaticano neste domingo (2).

Na mesma data, o pontífice emitiu uma mensagem agradecendo o apoio dos fiéis católicos e citando guerras como a da Ucrânia e da Faixa de Gaza —este é o terceiro fim de semana consecutivo em que ele é impedido de promover a sua tradicional missa matinal de domingo na basílica São Pedro.

“Gostaria de agradecer pelas orações”, afirmou o religioso, 88, na nota divulgada pela Santa Sé. “Sinto todo o seu afeto e proximidade. Sinto como se estivesse sendo carregado e apoiado por todo o povo de Deus.”

“Eu também rezo por vocês. Rezo principalmente pela paz. Daqui, a guerra parece ainda mais absurda. Rezamos pela atormentada Ucrânia, pela Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão e Kivu [na República Democrática do Congo ].”

Uma atualização médica completa sobre sua condição é prevista para mais tarde.

Ainda neste domingo, Francisco recebeu no hospital o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, e o vice dele, disse o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, sem fornecer mais detalhes sobre a reunião.

Um funcionário da Santa Sé que não se identificou por não estar autorizado a discutir a saúde do papa afirmou que Francisco está se alimentando normalmente, se movimentando em seu quarto de hospital e seguindo com o tratamento.

O boletim anterior, divulgado no sábado (1º), afirmava que a saúde do pontífice estava estável. Francisco não teve febre nem novas crises respiratórias.

Segundo a equipe médica do hospital Gemelli, o papa alternou no sábado entre a ventilação mecânica não invasiva e a oxigenação de alto fluxo, e recebeu oxigênio concentrado por vias áreas, sem necessidade de intubação.

O boletim dizia ainda que o papa estava acordado e alerta, e continuava se alimentando e fazendo fisioterapia normalmente. No fim da tarde do horário local, ele recebeu a Eucaristia e rezou.

O pontífice foi internado em 14 de fevereiro para tratar o que parecia ser uma bronquite. Nos dias anteriores, ele apresentou dificuldades para liderar celebrações, e chegou a pedir ajuda para terminar de ler discursos em duas ocasiões.

Pouco depois, ele recebeu um diagnóstico de pneumonia bilateral, uma infecção grave que pode inflamar e causar cicatrizes em ambos os pulmões, dificultando a respiração. O Vaticano descreve o quadro infeccioso como complexo, causado por dois ou mais micro-organismos.

Trata-se da condição clínica mais complexa que Francisco enfrenta em seu papado. A atual internação é a mais longa desde que ele se tornou papa em 2013, superando o período de dez dias em 2021, quando se submeteu a uma cirurgia eletiva no intestino.

O caso apresentou uma melhora contínua ao longo desta semana, mas voltou a preocupar na sexta (28). Durante a tarde, Francisco teve uma crise respiratória que o fez vomitar. Ele acabou aspirando o próprio vômito e fez uso de ventilação mecânica pela primeira vez.

A crise levou a um “agravamento repentino da condição respiratória”, mas o papa “permaneceu alerta e bem orientado”. Os médicos mantiveram o “prognóstico reservado”, o que significa que sua condição de saúde continua com evolução incerta e que a equipe trata o quadro com cautela.

Na noite de sábado, fiéis voltam a se reunir na praça São Pedro para rezarem pela saúde de Francisco. O rosário foi comandado pelo cardeal Claudio Gugerotti, prefeito do dicastério das Igrejas Orientais.

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