Brasil

Aplicativo do governo federal para proteger celular tem falha

Da Redação*
Publicado em 22 de fevereiro de 2025 às 15:00

uso do celular

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Arquivo

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Falha no aplicativo Celular Seguro, desenvolvido pelo governo federal, não permite que usuários que já tiveram o aparelho roubado ou furtado consigam novamente proteger seus aparelhos pela plataforma, caso tenham mantido o mesmo número de telefone.

Em pouco mais de um ano, a ferramenta realizou mais de 108 mil bloqueios de celulares roubados ou furtados.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável pelo aplicativo, reconhece a limitação e diz que trabalha para a reinserção dessa função. No entanto, não informou quando a correção deve ser feita nem se acontecerá a tempo para o Carnaval -época do ano com alta de roubos e furtos de aparelhos.

Lançado em dezembro de 2023, o programa tem mais de 2,5 milhões de usuários cadastrados e é considerado uma das principais formas disponíveis hoje no país de proteger os dados pessoais e bancários após roubo ou furto de celular. O aplicativo funciona com o bloqueio das linhas, dos dispositivos e dos aplicativos digitais (incluindo os de banco) a partir do acionamento de um botão.

A Folha identificou que os usuários, depois de acionarem o bloqueio por roubo ou furto, não conseguem mais habilitar o mesmo número telefônico para proteção -o cadastro no sistema aparece com restrição. Assim, para que possa ter seu aparelho celular protegido novamente, o usuário precisa trocar de número.

Em nota, o Ministério da Justiça informou que a funcionalidade de emitir mais de um alerta já esteve disponível no aplicativo. “A forma como os usuários a utilizavam resultou em inconsistências, como a geração de inúmeros alertas relacionados a uma única ocorrência. Assim, essa possibilidade foi provisoriamente suspensa e está sendo aprimorada pela equipe técnica.”

Segundo a pasta, a reinserção da funcionalidade está na fila de atualizações da plataforma, sem informar quando isso deve acontecer.

Desde dezembro de 2023, quando o Celular Seguro foi lançado, fevereiro foi o mês com o maior registro de bloqueios, com 10.736 acionamentos -no ano passado, o Carnaval aconteceu nos dias 10, 11, 12 e 13 de fevereiro.

O segundo mês com o maior número de bloqueios (10.140) foi janeiro do ano passado, quando muitas cidades do país já tinham desfiles de blocos no pré-Carnaval.

Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação, considera como gravíssima a falha do aplicativo, já que torna a plataforma obsoleta para quem já foi roubado ou furtado uma vez.

“O governo desenvolveu um recurso super inteligente, com capacidade de mitigar uma série de danos para as vítimas, mas não consegue garantir que o usuário se proteja novamente? É um processo mal desenhado, uma falha de concepção que precisa ser corrigida com urgência”, diz Igreja.

O especialista destaca a importância de um aplicativo como Celular Seguro, especialmente em um país como o Brasil em que o roubo e furto de celular são um grave problema de segurança.

“O aplicativo tem um potencial muito grande até mesmo de inibir roubos e furtos, já que ele diminui a chance do assaltante acessar contas bancárias ou fazer compras. Mas ele tem essa falha grave, que é imaginar que as pessoas vão ser roubadas uma única vez. Infelizmente, no Brasil esse raio não cai uma única vez”, diz.

Ele explica ainda que a ferramenta tem funções mais refinadas e com uma camada extra de proteção, por isso, é importante que o governo o atualize para proteger o maior número de pessoas.

“Existem funções nativas nos sistemas operacionais dos celulares, mas elas inviabilizam apenas o aparelho. O Celular Seguro tem o diferencial de ter uma teia completa de bloqueios, acionando as instituições bancárias e impedindo o uso de aplicativos de compras”, explica.

* ISABELA PALHARES (FOLHAPRESS)

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