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Foto: vaticanews
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Internado há quatro dias em um hospital em Roma, o papa Francisco, 88, trata uma infecção polimicrobiana nas vias respiratórias, segundo afirmou o Vaticano, nesta segunda (17).
Essa condição ocorre quando mais de um microrganismo -bactérias, vírus ou fungos- está envolvido no processo infeccioso.
O Vaticano não especificou se trata-se de uma infecção bacteriana ou viral, e o porta-voz Matteo Bruni disse que novas informações devem ser divulgadas em breve.
“Os resultados dos testes realizados nos últimos dias e hoje demonstraram uma infecção polimicrobiana do trato respiratório, o que levou a uma nova modificação da terapia. Todos os testes realizados até o momento são indicativos de um quadro clínico complexo que exigirá hospitalização adequada”, disse o Vaticano.
De acordo com o infectologista Alexandre Naime, coordenador da Sociedade Brasileira de Infectologia, o quadro é comum em idosos, especialmente aqueles com histórico de problemas de saúde. Francisco teve tuberculose na juventude e passou por uma cirurgia para remover parte de um pulmão, o que pode agravar o quadro.
Papa Francisco está internado com infecção polimicrobiana no trato respiratório Tiziana FabiI AFP A imagem mostra um homem idoso vestindo trajes clericais brancos e um solidéu branco, segurando uma vela acesa com um suporte transparente.
O fundo está escuro, com luzes difusas ao longe, sugerindo um ambiente religioso ou cerimonial, possivelmente uma vigília ou celebração noturna.
A expressão do homem é séria e contemplativa, e ele parece concentrado no momento. Nos últimos anos, o papa também passou por cirurgia para tratar uma inflamação no cólon e cirurgia de hérnia, e em 2023 foi hospitalizado por bronquite.
“É provável que ele tenha iniciado com uma infecção viral que evoluiu para uma complicação bacteriana, resultando em uma bronquite mais grave”, afirma Naime. Segundo o médico, o termo “infecção polimicrobiana” gera dúvidas, pois engloba diversas condições médicas. “Seria mais claro se mencionassem a doença específica.”
O exame usado para detectar uma infecção polimicrobiana é o painel viral respiratório, afirma o infectologista. Trata-se de um exame de biologia molecular que detecta patógenos em amostras do trato respiratório (swab ou escarro).
O tratamento da infecção polimicrobiana depende dos agentes envolvidos. Para vírus, podem ser usados antivirais específicos, enquanto infecções bacterianas requerem antibióticos. No caso do papa, fatores como idade avançada e histórico de doenças pulmonares tornam o quadro mais complexo.
Em idosos, infecções virais respiratórias -como influenza, vírus sincicial respiratório ou Covid-19- podem levar a infecções bacterianas, pois o sistema imunológico se enfraquece com a idade. Esse fenômeno, chamado de imunossenescência, se torna mais comum após os 60 ou 65 anos.
A vacinação contra vírus respiratórios é a principal forma de prevenção, especialmente para idosos e pacientes com doenças pulmonares.
A eficácia das vacinas pode cair com a imunossenescência, mas a imunização ainda é a melhor forma de prevenir quadros graves.
Com a internação do pontífice, o Vaticano cancelou compromissos do papa, incluindo a audiência semanal na praça São Pedro. Francisco está internado no Policlínico Agostino Gemelli, onde recebeu recomendação de repouso total.
*RAÍSSA BASÍLIO/folhapress
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