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Há momentos alentadores na luta cidadã contra a impunidade e contra a banalização desse bem precioso e único que é a vida.
Falo da sentença da condenação de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, autores materiais da morte da ex-vereadora carioca Marielle Franco.
A autora da sentença, a juíza Lúcia Glioche, do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, externou realismo, mas igualmente regou esperança.
A seguir, trechos dessa sentença, cuja essência ultrapassa inevitavelmente o bárbaro crime que foi julgado.
“A sentença que será lida talvez não traga aquilo que se espera da Justiça. Talvez justiça que tanto se falou aqui fosse que o dia de hoje jamais tivesse ocorrido. Talvez justiça fosse Marielle e Anderson presentes. Como se justiça tivesse o condão de trazer o morto de volta.
“A Justiça por vezes é lenta, é cega, é burra, é injusta, é errada, é torta, mas ela chega. A Justiça chega mesmo para aqueles que, como os acusados, acham que jamais vão ser atingidos pela Justiça.
“Com toda dificuldade de ser interpretada e vivida pelas vítimas, a Justiça chega aos culpados e tira deles o bem mais importante depois da vida, que é a liberdade.
“Então dizemos que vítimas do crime de homicídio são aqueles que ficam vivos, precisando sobreviver no esgoto que é o vazio de permanecer vivo sem a vida daquele que foi arrancado do seu cotidiano.
“Homicídio é um crime traumatizante – finca no peito uma dor que sangra todo dia, uns dias mais, uns dias menos, mas todos os dias.
“A pessoa que é assassinada deixa uma falta, uma carência, um vácuo. Que palavra nenhuma descreve. Toda a minha solidariedade e do Poder Judiciário às vítimas”.
*fonte: coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatéa Souza.
Para ler a edição completa desta segunda-feira, acesse aqui:
https://paraibaonline.com.br/arimatea-souza/noticias/remedio-amargo-para-campina-grande/
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