Brasil

Entidade das bets pressiona para manter setor fora do ‘imposto do pecado’

Da Redação*
Publicado em 1 de outubro de 2024 às 19:15

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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A ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias) diz que a inclusão do setor de apostas online no imposto seletivo, que visa sobretaxar produtos nocivos à saúde, inviabilizaria a entrada de bets no mercado regulado.

Aumentar a tributação sobre os sites de apostas é uma das medidas mencionadas por profissionais de saúde para desincentivar o jogo, uma vez que os custos tributários teriam de ser repassados ao consumidor. Assim, os gastos nessa atividade ficariam mais evidentes para o usuário.

“A medida faria empresas que já pediram licença retroceder”, diz o diretor de comunicação da ANJL, Leonardo Benites. Assim, o jogador, segundo o representante do setor, teria incentivo para procurar sites irregulares. Ele afirma que Portugal, que tem uma tributação semelhante a do Brasil, tem 50% do mercado de apostas online na ilegalidade.

Até a tarde desta terça-feira (1º), 182 empresas haviam permissão da Fazenda para explorarem apostas online no país.

Cada outorga, que custa R$ 30 milhões, permite a atuação por meio de até três marcas.

A entidade calcula que, caso o imposto seletivo seja incluído na conta, o setor pode pagar até 48% da sua arrecadação em tributos.

Isso geraria algo em torno de R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão em arrecadação para o governo ao mês durante o ano de 2025.

Para chegar ao número, usou o levantamento do Banco Central que mostrou um fluxo de R$ 18 milhões a R$ 21 milhões de transferências dos apostadores para as bets.

Escolheu aproximar o valor para R$ 20 milhões ao mês. Ficariam R$ 17 bilhões em prêmios para os apostadores e R$ 3 bilhões para as casas.

Com isso, as casas de apostas estimam que pagarão entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão em apostos com tarifas sobre consumo.

Ainda seriam destinados outros R$ 360 milhões aos mês à taxa específica do setor de 12% sobre a receita bruta.

O presidente da ANJL Plínio Lemos Jorge ressalva, porém, que os números usados pelo Banco Central e pelo setor ainda são estimativas.

“Só teremos dados reais a partir se 2025, quando se iniciar o mercado regulado.”

Desde o início da regulamentação da reforma tributária, as empresas do setor pressionam para se manter fora do imposto seletivo.

No relatório inicial, do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), as bets foram incluídas no chamado “imposto do pecado”.

Porém, na versão final, votada pela Câmara, os sites foram isentos da taxação -o texto agora está no Senado.

As casas de apostas se mobilizaram para manter uma alíquota diferenciada do imposto de renda sobre apostas.

Hoje, o apostador esportivo paga 15% sobre o valor recebido, caso as premiações superem R$ 2.000. Para jogos lotéricas, o percentual é de 30%.

*PEDRO S. TEIXEIRA/folhapress

 

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