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O prejuízo financeiro aos municípios do Rio Grande do Sul atingidos por enchentes há quase dez dias já chega a R$ 4,6 bilhões, de acordo com levantamento parcial divulgado na tarde desta terça-feira (7) pela CNM (Confederação Nacional de Municípios).
O cálculo é parcial porque leva em consideração apenas os dados incluídos por 159 prefeituras no S2iD, que é o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Entre 336 municípios que já tiveram a situação de anormalidade reconhecida pelos governos estadual e federal até o momento, 159 registraram os decretos no S2iD.
Além disso, os valores ainda estão sendo alterados pelos gestores locais. O estado tem 497 municípios no total.
Segundo a CNM, do total, R$ 465,8 milhões são no setor público e R$ 756,5 milhões no setor privado.
“A grande maioria dos prejuízos, por enquanto, referem-se ao setor habitacional, com R$ 3,4 bilhões, sendo 99,8 mil casas danificadas ou destruídas”, diz a CNM.
Entre os principais setores privados afetados estão agricultura, que calcula R$ 435 milhões em prejuízos; pecuária, R$ 134,7 milhões; indústria, R$ 92 milhões; comércios locais, R$ 37,5 milhões; demais serviços, R$ 52,2 milhões.
Nos setores públicos afetados, o cálculo é de R$ 333,6 milhões em prejuízos ligados a danos materiais (instalações públicas como escolas, hospitais, prefeituras) e R$ 91,3 milhões em obras de infraestrutura (pontes, estradas, calçamento, sistemas de drenagens urbanas).
Também há prejuízos em sistema de transportes (R$ 8,4 milhões); sistema de esgotamento sanitário (R$ 7,4 milhões); limpeza urbana e remoção de escombros (R$ 6,2 milhões); geração e distribuição de energia elétrica (R$ 3,3 milhões); abastecimento de água (R$ 2,8 milhões), entre outros.
Já o governo do Rio Grande do Sul afirmou que ainda não é possível apresentar uma estimativa de prejuízos financeiros gerados pelas enchentes deste início do mês.
O estado justifica que as águas não baixaram e ainda não se conhece toda a extensão dos danos.
A Famurs, entidade que reúne prefeituras do Rio Grande do Sul, também entende que ainda é cedo para calcular os prejuízos.
O governo estadual está elaborando um “Plano de Reconstrução do Estado”, contemplando diferentes áreas.
No domingo (5), houve a abertura de um crédito suplementar no valor de R$ 117,7 milhões no orçamento, destinado à recuperação imediata da infraestrutura rodoviária estadual danificada pelas chuvas.
O decreto estadual prevê R$ 92 milhões para restauração e reparos gerais nas estradas estaduais, além de R$ 13 milhões para reconstrução de ligações regionais.
Também define a alocação de R$ 3 milhões para a reconstrução das ERS-118 e ERS-734.
*CATARINA SCORTECCI/folhapress
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