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Com a ampla popularização dos serviços bancários via smartphone, sete em cada dez brasileiros já ouviram falar de pessoas que foram vítimas de golpes em aplicativos, segundo pesquisa Datafolha encomendada pelo Nubank.
Entre os 72% da população que respondeu que conhece alguma vítima de golpe, 56% consideram que falta de conhecimento e ingenuidade são os principais motivos para a conclusão do crime.
Já para 15%, os golpes têm a ver com falhas de segurança das instituições financeiras. Só 15% creditou à perícia dos estelionatários.
O levantamento encomendado pela fintech consultou 1.700 pessoas com conta em instituições financeiras via entrevista online com resposta espontânea entre 14 de dezembro e 3 de janeiro.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
As pessoas ouvidas também demonstram um descompasso na percepção de segurança individual e coletiva: enquanto 81% dos entrevistados consideram que as pessoas não estão atentas à sua segurança digital, a mesma proporção (81%) afirma prestar a atenção necessária à sua própria segurança online.
Para o professor de segurança da informação do Insper Rodolfo Avelino, esses dados são um sinal da incompreensão do desafio que é se proteger na internet. “As pessoas ainda não têm a visão da complexidade que é o ambiente digital.”
A pesquisa diferencia os conceitos de fraude de golpe, de acordo com uma classificação do Banco Central.
No golpe, os criminosos enganam o cliente de forma a participarem dos desvios de dinheiro. Na fraude, o esquema mira o banco e precisa superar as defesas da instituição.
Há no Brasil um aumento na frequência dos golpes em relação às fraudes, em função do fortalecimento da defesa digital dos bancos, segundo o Nubank.
Em caso de golpe, os bancos afirmam ter menos ferramentas para se proteger, uma vez que o crime tem início fora do escopo de atendimento da instituição.
“Os criminosos exploram vulnerabilidades da vítima, seja simulando uma falsa ameaça de perda ou insegurança financeira, seja fazendo ofertas infundadas de prêmios ou emprego”, diz Fabíola Marchiori, gerente-geral de combate a fraude do Nubank.
Em ambos os casos, os clientes podem pedir ressarcimento.
Quando fica comprovado que a fraude foi por falha da instituição financeira, o banco precisa ressarcir. Quando o cliente é enganado pelos criminosos, a instituição financeira analisa caso a caso.
De acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a política de ressarcimento dos valores fica a cargo de cada instituição financeira e é baseada em “análises aprofundadas e individuais, considerando as evidências apresentadas pelos clientes e informações das transações realizadas”. O cliente deverá passar por uma espécie de investigação antes de conseguir os valores.
A entidade se alinha com os entrevistados ao dizer que “a melhor forma de se proteger de uma tentativa de golpe é a informação.”
“A Febraban e seus bancos associados têm investido constantemente e de maneira massiva em campanhas de conscientização e esclarecimento com a população por meio de ações de marketing em TVs, rádios e redes sociais”, diz.
A federação mantém um site com informações úteis contra fraudes e golpes.
“Além da realização de campanhas educativas, os bancos investem cerca de R$ 4 bilhões por ano em sistemas de tecnologia da informação (TI) voltados para segurança –valor que corresponde a cerca de 10% dos gastos totais do setor com TI para garantir a tranquilidade de seus clientes em suas transações financeiras cotidianas”, diz a Febraban.
Os bancos também dizem atuar em parceria com forças policiais para auxiliar na identificação e punição de criminosos virtuais.
*PEDRO S. TEIXEIRA/Folhapress
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