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A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), disse acreditar que a denúncia de violência doméstica da ex-namorada de Luis Cláudio Lula da Silva, filho caçula do presidente da República, não prejudica a imagem do atual mandatário. Luis Cláudio nega as acusações.
Gleisi é a primeira pessoa próxima ao chefe do Executivo a comentar o caso em público. A declaração foi em resposta a um questionamento da jornalista Edilene Lopes, da Rádio Itatiaia. O presidente ainda não se manifestou sobre o caso.
Presidente do partido afirmou achar “que as pessoas sabem separar bem o que é responsabilidade de um e de outro”, em referência a Lula e o filho. “Essa situação tem que ser discutida no processo”, finalizou a petista, em uma breve resposta.
ENTENDA
A médica Natália Schincariol, 29, ex-companheira do filho do presidente Lula (PT), registrou um boletim de ocorrência por violência doméstica na terça-feira (2). Luis Cláudio nega as acusações.
Novo depoimento foi prestado presencialmente na sexta-feira (5). Na terça-feira (2), a médica já havia sido ouvida pela polícia por telefone.
Os relatos da ex-companheira são de violência física, moral e psicológica. A vítima narrou no boletim de ocorrência que levou uma cotovelada na barriga em uma das brigas em janeiro deste ano ao se recusar a entregar o aparelho celular. Ela deu detalhes da briga em entrevista ao UOL.
Defesa nega acusação e diz que alegações são “inverídicas” e “fantasiosas”. “Tomamos conhecimento das fantasiosas declarações que teriam sido proferidas pela médica, atribuindo ao nosso cliente inverídicas e fantasiosas agressões, cujas mentiras são enquadráveis nos tipos dos delitos de calúnia, injúria e difamação, além de responder por reparação por danos morais, motivos pelos quais serão tomadas as medidas legais pertinentes”, diz nota enviada a Universa. O documento é assinado pela advogada Carmen Silvia Costa Ramos Tannuri.
Em entrevista ao UOL nesta sexta, o filho caçula de Lula disse que provará a sua inocência. “Jamais agrediria ela. Desde o término do relacionamento, em janeiro deste ano, sempre fui muito atencioso com ela (…) Nunca chamei ela destes nomes todos que ela diz”, afirmou.
Natália disse que a violência se intensificou nos últimos anos, o que coloca em risco a sua integridade física e mental. Ela contou à polícia que chegou a ser afastada do trabalho por um mês devido ao trauma causado pelas agressões. A mulher relatou que foi hospitalizada com crises de ansiedade e que recebe ameaças e ofensas constantes do denunciado, que a chamou de “doente mental”, “feia” e “vagabunda”.
No boletim de ocorrência, consta a informação de que Luis Claudio a teria manipulado para não prestar queixa. “Ser manipulada e ameaçada para não denunciar as agressões, sob a alegação de que o agressor é filho do presidente e que possui influência para se safar das acusações”, narrou. “Meu pai vai me proteger e vai sair perdendo, eu vou acabar com sua alma. Vou falar para todos que você é uma insana, ninguém irá acreditar em você”, teria dito o denunciado, segundo a ex-companheira.
Natália afirmou que residiu com o filho de Lula por dois anos. Nesse período, ela relatou que ele chegava em casa “bêbado” e tentava entrar em seu quarto “de todas as formas”, mesmo que ela “pedisse para ficar distante”.
Ela denunciou ainda que ele manteve relações sexuais com outras mulheres “sem proteção”. “Contraiu infecção e me expôs em risco conscientemente”.
O caso será investigado. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo informou que as investigações do caso foram encaminhadas para a 1ª Delegacia de Defesa da Mulher.
Os crimes denunciados foram violência doméstica, ameaça, vias de fato, violência psicológica e injúria. A delegacia “prossegue com as diligências com o objetivo de esclarecer os fatos”, disse a pasta em nota.
* SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)
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