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O ex-superministro Zé Dirceu é o que os cientistas políticos gostam de chamar de ´animal político´, ou seja, aquele que respira e atua na política quase em tempo integral.
Ele foi um dos grandes articuladores para a vitória de Lula no já distante ano de 2002, após três insucessos anteriores.
Dirceu acabou sendo apeado dos governos petistas por força de um sufocante volume de denúncias (e de indícios) envolvendo o seu nome e o seu partido.
Mas Dirceu sempre manteve força e prestígio dentro do PT.
Com a ´dissolução´ dos desdobramentos e dos efeitos da Operação Lava Jato, devido a açodamentos processuais, ele pavimenta a sua reentrada formal na vida pública, que deverá desaguar numa candidatura a deputado federal em 2026.
O desgaste que o governo Lula III está enfrentando, em boa parte por culpa da própria incontinência verbal do presidente, como também a insistência dele em retomar práticas e táticas políticas que não mais se coadunam com os tempos presentes, levou o ex-auxiliar de Lula a escrever um artigo com a autonomia de quem é respeitado pelo ´companheiro presidente´ e ouvido pela militância partidária.
Dadas as circunstâncias políticas do momento – reforçadas por uma adversa pesquisa (para o governo) publicada nesta quinta-feira pelo Instituto Datafolha -, seguem alguns trechos da reflexão e alerta feito pelo ex-superministro e publicada na plataforma Opera Mundi.
“Há meses começaram a surgir sinais de falta de sintonia entre as realizações do governo e os avanços conseguidos em quase 15 meses deste novo mandato do presidente Lula.
“As mais recentes pesquisas indicaram que a queda na avaliação do governo começou já em agosto do ano passado, inclusive no Nordeste, e segue em curva descendente.
“O PT não pode se apresentar como uma voz discordante do governo, sob pena de pagar um preço político alto.
“Um governo sem núcleo dirigente e sem equipe, que só depende do líder, do presidente, seguramente tem seus limites e custos.
“Manter a chamada polarização com o bolsonarismo tem um preço. É preciso ter cuidado para não ficarmos presos às bolhas do nosso eleitorado contra o dele.
“Vencemos porque conquistamos o apoio de cidadãos não petistas, progressistas, democratas. Temos de aprofundar essa aliança.
*com informações da coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatéa Souza.
*Para ler a edição completa deste final de semana, acesse aqui.
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