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O autor é economista, advogado, professor da Universidade Estadual da Paraíba e membro da Academia de Letras de Campina Grande.
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Uma imagem exótica na tragédia ambiental gaúcha foi a de um cavalo de pé em cima do telhado de uma casa cercada de água por todos os lados. Todo o local tomado pelas águas, todas as casas completamente inundadas, nenhuma presença de pessoas nas imediações e um cavalo em cima de um telhado quase desaparecendo pela elevação das águas.
O cavalo lá estava, em pé e sem se movimentar, num pequeno espaço de telhado de duas inclinações, duas patas num lado do telhado e duas patas no outro lado, sem comer e beber, dormindo em pé e há tempo desconhecido de ocupação daquele espaço. De que modo o cavalo subiu no telhado? Como o cavalo ali chegou? Como ali conseguiu permanecer?
Há dias que o Rio Grande do Sul é penalizado pelas chuvas e pelas enchentes. Cidades inteiras debaixo d’água, estradas e pontes destruídas, milhares de famílias desabrigadas, inúmeras pessoas mortas e desaparecidas, um verdadeiro caos de destruição, mas um florescer da esperança ao raiar de cada dia.
A solidariedade humana agigantada diante do sofrimento indelével e terrível, a ajuda humanitária vinda de todos os lugares do Brasil e do Exterior, as ações dos órgãos públicos de resgate e acomodação das pessoas, o resgate de animais famintos e adoentados, homens e mulheres exercitando o voluntariado para salvar vidas, traduzem a triste realidade gaúcha.
A imagem de um cavalo caramelo no telhado esbranquiçado tem uma representação simbólica: a imagem da resiliência do povo gaúcho, punido pelas ações humanas de afronta à Natureza, que dá respostas pelas agressões sofridas. O desequilíbrio do meio ambiente tem sido uma constante, que responde com a elevação da temperatura, degelo dos polos árticos, enchentes, tufões e outras formas de resposta às agressões ambientais.
Já é tempo de uma conscientização global da população mundial para as coisas da Natureza. Tudo na vida é equilíbrio, é harmonização, é compatibilidade. O corpo humano está são quando estão alinhados de maneira equilibrada o corpo e a mente. Um problema em uma área pode ter efeitos cascata em todo o organismo, enfatizando a importância de um cuidado geral.
Não é diferente com o meio ambiente onde vivemos. A tragédia ambiental gaúcha não é um episódio isolado. Assim como as cenas chocantes no Rio Grande do Sul, as ondas de calor no Sudeste, as queimadas no Pantanal e a grave seca que atingiu a Amazônia são todos efeitos da emergência climática.
Um cavalo no telhado é uma cena marcante e serve para acender nas pessoas com poder de modificar o meio ambiente uma chama de preservação da Natureza, de proteção ambiental, de equilíbrio climático, resguardando a vida de todos no planeta e em particular, no nosso País. Não podemos agir apenas depois do desastre acontecido. Temos que nos preparar para evitar que desastres ocorram e para isto, precisamos respeitar a Natureza. Viver em harmonia com a Natureza é o único caminho.
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
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