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Engenheiro Eletrônico, MBA em Software Business e Comércio Eletrônico, Diretor da Light Infocon Tecnologia S/A e Diretor de Relações Internacionais da BRAFIP – Associação Brasileira de Fomento à Inovação em Plataformas Tecnológicas.
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Em 2026, o sistema financeiro global – composto por bancos, administradoras de cartões, fintechs e demais instituições digitais – prevê um ambiente de risco crescente e cada vez mais sofisticado, em relação a ataques cibernéticos aos seus sistemas. Especialistas em segurança digital alertam para três principais ameaças que, segundo as tendências recentes, têm alta probabilidade de se concretizarem e causarem impactos expressivos, tanto para as instituições quanto para seus clientes. A primeira ameaça, vem de “Malwares, Trojans Bancários e Ransomwares cada vez mais sofisticados. O uso de malwares e trojans bancários continuam sendo uma das ameaças mais presentes e perigosas no setor financeiro. Os hackers usam essas “ferramentas” para roubar credenciais, interceptar transações, injetar código maliciosos em aplicativos legítimos de bancos e fintechs, ou mesmo controlar dispositivos infectados. O que mais vai preocupar ao longo do ano que vem, é o já denominado “Ransomware 3.0”. Onde os criminosos já não “só” criptografam os dados e pedem resgate, eles passaram a usar táticas de dupla e até tripla extorsão (“criptografar” + ameaça de vazamento de dados + ataques de “negação de serviço”), o que amplia o dano potencial. Essa combinação faz com que instituições financeiras – especialmente as que dependem de sistemas legados ou têm fornecedores terceirizados – continuem vulneráveis a ataques, todos com grande potencial de prejuízo financeiro e de reputação.
Três das principais ameaças cibernéticas ao sistema financeiro mundial em 2026 (II)
A segunda ameaça que deve, infelizmente, crescer em 2026, são os “ataques impulsionados por IA (Inteligência Artificial) e fraudes com “deepfakes/identidade sintética”. A ascensão da IA trouxe facilidades para todos os setores econômicos e também para nossas vidas – mas também, ampliou drasticamente o poder de ataque dos cibercriminosos. No contexto financeiro, a IA pode ser usada para automatizar campanhas de phishing cada vez mais convincentes, desenvolver malwares mais difíceis de detectar e realizar fraudes com identidades sintéticas ou deepfakes. Segundo especialistas em segurança cibernética, deepfakes podem ser empregadas para falsificar vídeos e/ou áudios de executivos e de gestores bancários, com o objetivo de autorizar transferências fraudulentas e/ou dar aval a transações irregulares, incluindo geração e assinaturas de contratos falsos para justificar pagamentos. A IA permite ainda que ataques sociais (engenharia social) sejam mais direcionados e personalizados – aumentando a taxa de sucesso de golpes contra clientes e funcionários. Essa combinação de automação, disfarces refinados e engenharia social evoluída, vai ser a “grande dor de cabeça” a ser enfrentada pelos responsáveis pela segurança cibernética dos bancos, administradoras de cartões de credito, fintechs e seus clientes.
Três das principais ameaças cibernéticas ao sistema financeiro mundial em 2026 (III)
A terceira ameaça, é a “vulnerabilidades a terceiros e a crescente falha da cadeia de fornecedores (supply-chain)”. Nos últimos anos, muitos incidentes de segurança no setor financeiro comprovam que nem sempre a falha está na instituição principal, mas em fornecedores, parceiros ou sistemas de apoio. A cada dia essa ameaça se torna mais preocupante. Segundo técnicos da empresa de segurança cibernética Kaspersky, com bancos e fintechs cada vez mais integrados a serviços terceirizados – como processamento de pagamentos, plataformas de API, provedores de cloud, soluções de autenticação, entre outros -, o risco de ataque por meio da cadeia de fornecedores se torna maior. Ainda segundo a Kaspersky, caso um fornecedor seja comprometido, todo o “Ecossistema” ao seu redor fica vulnerável. As instituições que em 2026 não adotarem uma estratégia robusta de gestão de risco de terceiros, estarão expostas ao chamado “efeito dominó”: dados de clientes expostos, paralisação de serviços, fraudes em massa e “contaminação” de sistemas críticos. Fatores como a digitalização crescente – mais transações online, maior adoção de mobile banking e fintechs globais conectadas – amplia o “espaço” para ataques hackers.
Três das principais ameaças cibernéticas ao sistema financeiro mundial em 2026 (IV)
No Brasil, as “autoridades regulatórias e o Banco Central (BC) vêm alertando para a necessidade de revisão constante das defesas cibernéticas, especialmente no que diz respeito a fornecedores e redes terceirizadas, justamente para prevenir riscos sistêmicos ao sistema financeiro nacional”. Vale destacar que os riscos/ameaças para o sistema bancário vão além de perdas financeiras diretas – incluem danos à reputação, penalidades regulatórias e interrupção de serviços essenciais (como pagamentos, PIX e processamento de cartões). A necessidade de investimento contínuo em segurança cibernética é uma exigência, pois o que está em jogo é a confiança no sistema. No ano que vem, certamente, a evolução tecnológica (especialmente da Inteligência Artificial, de métodos de criptografia, e da integração entre provedores de serviços) cria um ambiente onde o avanço das defesas, nem sempre vai conseguir acompanhar a sofisticação das ameaças (que vão cada vez mais usar IA, infelizmente). Concluindo: Ao olhar para o ano que vem, o panorama para o setor financeiro nacional e mundial, é de alerta máximo. Mas, se as lições de 2025 servirem de alerta, 2026 também pode ser um ano mais seguro. Quem apostar em infraestrutura de segurança robusta, “cultura de risco” bem gerenciada e pessoal capacitado, poderá fortalecer suas defesas e ter maior confiança dos Clientes. Quem negligenciar esses fatores (e não ficar atento as três ameaças listadas acima), correrá o risco de estar no centro de grandes crises cibernéticas.
Feliz e Abençoado Natal!
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
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