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Escritora e membro da Academia de Letras de Campina Grande.
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Durante os verões curtidos no apartamento do edifício “João Marques de Almeida”, na praia Cabo Branco, costumava ligar meu fusca e me dirigir ao centro da capital pessoense. Certa vez, ao passar pela calçada, fui respeitosamente chamada pelos doutores Aurélio de Albuquerque e Afonso Pereira: “Queremos convidá-la para ser a primeira mulher da Academia Paraibana de Letras”. Ri, agradeci e me despedi.
Dia seguinte o telefone tocou: “você já está inscrita”. Espantei-me com o não combinado e, de pronto, fui contar o causo ao escritor José Américo, meu vizinho e famoso homem público. O Ministro aconselhou-me: “aceite a inscrição, além de ser a primeira mulher, será a primeira eleição pois todos nós fomos aclamados”.
Referendei a inscrição e fui continuar minha travessia universitária na Europa, até porque foi dito que eu não teria concorrentes. Quando retornei ao Brasil havia dois cidadãos inscritos. Desisti e voltei ao Ministro que repetiu a mesma afirmativa. Segui em frente e venci a eleição, tendo sido saudada pelo extraordinário Desembargador Mário Moacir Porto, naquele dia histórico.
Décadas se passaram sem que me fosse possível acompanhar as programações da Academia/APL; compareci às eleições de Flávio Sátiro, Milton Marques Júnior, Helder Moura, Ângela Bezerra, Maria das Graças Santiago e, talvez outros(as) academicos(as) que a memória nem sempre documenta. Neste 1923, fui votar na professora Neide Medeiros Santos, eleita por seus méritos literários.
Limito-me ao clima aconchegante da APL. Tudo muito salutar e gratificante pra mim. A eficiência da secretária Tânia e sua devoção pela APL; o reencontro fantástico com Eilzo Matos e o conteur-cronista Gonzaga Rodrigues; a produtiva troca de ideias, em torno de Dostoiévski, com Hildeberto Barbosa Filho; uma possível leitura shandiana a ser desenvolvida por Helder Moura; os textos panorâmicos com Abelardo Jurema Filho; os livros que me foram dedicados por Milton, Sales Gaudêncio e novos livros assinados pela evolução do projeto estético de Hildeberto.
Café da manhã, almoço e jantar encontravam-se à disposição na mesa grande comandada, solidarieamente, por Tânia e Marilene.
De saudade, meu retorno à Borborema.
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