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Professor Titular aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
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Certa vez, um colega professor de Física, Doutor em Engenharia de Processos pela Universidade Federal de Campina Grande, perguntou se eu acreditava em Deus e minha resposta veio com outra pergunta: acreditar ou não acreditar faz diferença? E complementei: imagine se eu responder que não acredito que Deus exista; Ele deixará de existir só porque eu não acredito?
Pois é! Nos dias atuais vivemos em uma época em que ciência e religião são frequentemente vistas como opostos inconciliáveis. Para alguns, acreditar em Deus é um sinal de ignorância ou de negação dos avanços científicos. No entanto, essa dicotomia não reflete a complexidade do pensamento humano nem a riqueza da experiência de muitos cientistas que, assim como eu, encontram sentido em ambos os campos.
A ciência é uma ferramenta extraordinária para o desenvolvimento humano. Com ela, investigamos o macro e o nano. Por meio de potentes telescópios contemplamos o Cosmo em busca de desvendar a origem do Universo. Utilizando microscópios de altíssimas resoluções investigamos estruturas nanométricas de materiais inorgânicos e o funcionamento das células em busca do desenvolvimento de aplicações tecnológicas que melhorem nossas vidas.
Contudo, apesar de todo avanço, a ciência se limita a responder “como” as coisas acontecem. Por exemplo, sabemos como ocorre a fotossíntese ou como as galáxias se formam, mas as perguntas sobre o que é a vida, “por que” existimos? O que é energia ou qual é o propósito de nossa existência continuam sem respostas definitivas.
É nesse espaço que a fé em Deus encontra lugar. Para mim, acreditar em Deus não é rejeitar a ciência, mas reconhecer que há algo maior, uma fonte de sentido e propósito que está além do alcance dos instrumentos e conhecimentos científicos. É admirar a complexidade do DNA e reconhecer ali não apenas a genialidade das leis naturais, mas também a marca de uma inteligência criadora.
Essa visão integrada não é nova. No passado, cientistas renomados, como Isaac Newton e Albert Einstein, mesmo que suas visões de Deus fossem diferentes, expressaram respeito e admiração pela ordem do Universo. No presente, pesquisadores como Francis Collins, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano, consideram ser possível conciliar uma fé religiosa profunda com contribuições científicas extraordinárias.
Nesse contexto, entender que ciência e fé não são antagônicas, mas aliadas, é fundamental para a construção de um Mundo sustentável. Pois, a ciência nos fornece o conhecimento necessário para melhorar a vida na Terra, enquanto a fé nos inspira a usar esse conhecimento de forma ética, responsável e compassiva.
Por isso, sou cientista e acredito em Deus porque vejo a ciência como uma forma de entender a criação e a fé como um caminho para compreender o Criador. Assim, não vejo contradição em admirar a beleza de uma formulação matemática, como nas quatro Equações de Maxwell, que descrevem as leis fundamentais do eletromagnetismo, e, ao mesmo tempo, agradecer a Deus por essa beleza existir.
Eis o meu testemunho!
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
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