Fechar
O que você procura?
Blogs e Colunas
Jornalista, Pós-Graduada em Comunicação Educacional, Gerente de Negócios das marcas Natura e Avon.
Continua depois da publicidade
Minha história com São Miguel Arcanjo começou da forma mais improvável, pelo caminho mais inesperado e, ainda assim, absolutamente necessário. Foi pela via da dor, do silêncio sufocante e da humilhação que encontrei a misericórdia divina. Ou melhor, fui encontrada por ela.
Profissionalmente, eu vivia um dos momentos mais difíceis da minha vida. Não por falta de competência ou resultados, mas por perseguição injusta, aquela ausência crua de empatia que desumaniza. Desde a aposentadoria de um gestor que foi um verdadeiro mestre, Odilon Guerra – um ser humano raro, íntegro, firme e acolhedor – a ausência de liderança verdadeira fez-se sentir como um vazio que ecoava. Ele foi um exemplo: pai, marido, amigo, profissional, e alguém que soube exatamente quando puxar a orelha e quando oferecer um abraço. Seu legado habita em mim até hoje.
Mas os anos seguintes foram sombrios. Fui vítima de assédio moral, e meu emocional definhava. A dor era silenciosa, mas ensurdecedora. No auge do sofrimento, na véspera de Corpus Christi, estava prostrada diante do Santíssimo Sacramento, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Ali, ajoelhada, confessei a Jesus minha indignidade. Chorei como nunca. Disse a Ele que nem mesmo merecia estar ali. Pedi perdão pelo atrevimento de recebê-Lo e ainda mais, de levá-Lo a outros como Ministra Extraordinária da Eucaristia. Achei que, se Ele me olhasse, diria: “Fora da minha casa. Não te quero aqui.”
Voltei para casa em prantos. No dia seguinte, durante a procissão, as lágrimas continuaram a cair como se buscassem lavar minha alma. Tentei escondê-las com óculos escuros, até que me perguntei: por que esconder minha dor? E deixei que ela fluísse.
Ao final, fui abordada por Seu João Feliciano, um senhor já idoso, que me disse algo que nunca esquecerei: “Sonhei com Jesus, e Ele me mandou lhe dar um recado. Disse que você é uma filha muito amada. Que Ele sabe tudo o que você está passando. E que enviou São Miguel Arcanjo para cuidar de você e de toda a sua família.”
Chorei. Mas pela primeira vez em muitos meses, sorri. Algo dentro de mim foi tocado e renasceu. Eu, que mal sabia os nomes dos arcanjos, fui buscar saber mais sobre Miguel. E ali começou a minha devoção.
São Miguel Arcanjo, o príncipe das milícias celestes, é o grande defensor do povo de Deus. Ele lidera os exércitos celestiais contra o mal, é o protetor da fé, patrono da justiça, da proteção, da coragem. Que alívio saber que Jesus havia enviado a mim justamente este guerreiro divino.
Cerca de um mês depois, a dor voltou com força. Em mais uma crise depressiva, sem forças, fui amparada por meu marido quando meu filho mais velho, Álvaro Neto, chegou do trabalho no sertão, onde visita seus clientes. Ao entrar no quarto, me disse algo inusitado: a secretária de um cliente, que não me conhecia, disse-lhe que sonhou com Jesus lhe ordenando a comprar um terço de São Miguel para me enviar. Ela esperava por ele há 15 dias, certa de que ele cumpriria essa missão. O terço precisava chegar às minhas mãos.
Ele me entregou um saquinho de tecido bege claro, bordado com a imagem do Arcanjo e seu nome. Dentro, um terço simples, rústico e absolutamente belo. Foi meu último choro de dor. A partir dali, chorei de certeza, de gratidão, de perdão a mim mesma por ter esquecido o recado dado por Seu João.
Foi aí que compreendi: Jesus já tinha feito Sua parte. Cabia-me fazer a minha. E assim fiz. Com ajuda de líderes humanos que trazia a essência da empresa, relatei o tormento que sofria. Ficaram chocados e foram anjos terrenos em minha vida. A reviravolta emocional aconteceu. A justiça foi feita. Saí fortalecida, recompensada e, acima de tudo, com o coração em paz.
Hoje, sou devota fervorosa de São Miguel Arcanjo. Ganhei sua imagem de Patrícia, ex-líder querida do meu setor, e todos os anos faço a sua Quaresma, que começa no dia 15 de agosto e vai até o dia 29 de setembro, quando celebramos sua festa litúrgica. São 40 dias de oração, penitência, entrega e comunhão com o Céu. É um tempo sagrado, em que São Miguel, o protetor das almas, nos ensina a lutar com coragem, humildade e fé.
A origem desta Quaresma remonta a São Francisco de Assis, que tinha profunda devoção a São Miguel. Ele instituiu essa prática como forma de preparação espiritual, uma jornada de autoconhecimento, combate ao mal e fortalecimento da fé. Durante esse período, oramos pedindo a intercessão de São Miguel contra as forças espirituais do mal e por sua proteção nas batalhas do cotidiano.
E como tudo em Deus se renova, nessa última terça-feira, dia 12 de agosto de 2025, enquanto eu arrumava o salão na Chezvous para um evento, uma consultora chegou equivocadamente e, ao conversarmos, ela me perguntou algo que me fez estremecer: “Você sabe que tem um anjo lindo ao seu lado? Já o vi algumas vezes. Ele está cada dia mais forte.”
Apenas sorri e respondi:
“Sei sim. Foi o próprio Jesus quem o enviou.”
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
Continua depois da publicidade
© 2003 - 2025 - ParaibaOnline - Rainha Publicidade e Propaganda Ltda - Todos os direitos reservados.