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Professor Titular aposentado do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
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Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), atualmente, existem 212 localidades isoladas no Brasil, sendo a maior parte na região Norte, nos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá e Pará. A ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, e algumas localidades de Mato Grosso completam a lista. Entre as capitais, Boa Vista (RR) é a única que ainda é atendida por um “sistema isolado”.
Denomina-se “sistema isolado” o sistema elétrico que em sua configuração normal, não esteja conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Durante muitos anos o estado de Roraima foi mantido isolado do SIN, em decorrência de entraves causados por liberação de licenciamento ambiental referente à passagem das linhas de transmissão de energia elétrica por terras dos povos indígenas Waimiri-Atroari, localizadas entre Manaus-AM e Boa Vista-RR.
Certamente, um empreendimento dessa natureza não teria sido liberado se não tivesse apresentado e cumprido todos os requisitos legais e ambientais, entres eles o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA).
Como “não se faz omelete sem quebrar os ovos”, é bom lembrar que, em todo processo de conversão, transmissão, distribuição e usos finais da energia, sempre haverá impactos ambientais, inclusive no tocante ao uso das energias ditas renováveis.
Licitadas em 2011, as obras de instalação das linhas e torres de transmissão de 500 kV, conhecidas como Linhão de Tucuruí, deveriam ter sido concluídas e postas em funcionamento em 2015.
Porém, somente em 2022, depois que a Justiça Federal homologou o acordo entre a empresa Transnorte Energia-TNE e os povos indígenas; o novo prazo de conclusão foi estabelecido para dezembro de 2025 e, assim, a obra ficará pronta com dez anos de atraso.
Entre os dias 18 e 22 de agosto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) realizou fiscalização em campo nas obras conduzidas pela TNE, concessionária da linha de transmissão.
O Linhão de Tucuruí tem 724 km de extensão, incluindo um trecho de aproximadamente 120 km construído dentro da Terra Indígena Waimiri-Atroari. Durante a fiscalização, a equipe da ANEEL concentrou os esforços na inspeção das subestações Lechuga (AM), Equador (em Rorainópolis, RR) e Boa Vista (RR), assim como nas estruturas da linha de transmissão ao longo de sua faixa de utilização.
Desta forma, concluída a conexão de Roraima ao SIN, haverá uma melhora significativa e estratégica no fornecimento de energia elétrica, além da redução de despesas, já que hoje o estado arca com o elevado custo das usinas termelétricas, subsidiadas pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), o que encarece o preço da tarifa de energia elétrica.
Neste contexto, segundo a ANEEL, com a liberação da linha de transmissão, “os cerca de 120 caminhões-tanque que circulam diariamente entre Manaus e Boa Vista transportando gás e óleo diesel para abastecer as usinas de energia elétrica no estado estão com seus dias contados”, o que reduzirá os custos e beneficiará os consumidores.
Atenção: Os artigos publicados no ParaibaOnline expressam essencialmente os pensamentos, valores e conceitos de seus autores, não representando, necessariamente, a linha editorial do portal, mas como estímulo ao exercício da pluralidade de opiniões.
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